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Livros, melhor não lê-los

A principal associação de professores de São Paulo, ligada ao PT, decretou greve no ensino estadual. A adesão foi mínima

Do Diário do Grande ABC
31/03/2010 | 00:00
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A principal associação de professores de São Paulo, ligada ao PT, decretou greve no ensino estadual. A adesão foi mínima, mas mesmo assim os professores conseguiram bom destaque nos meios de comunicação. Primeiro, bloqueando uma das principais avenidas da Capital, a Paulista, que dá acesso a seis grandes hospitais; depois, queimando livros - cena que se julgava banida desde as grandes queimas promovidas pelos nazistas; e assumindo claramente o caráter eleitoral e partidário da greve. O objetivo, segundo a líder do movimento, "é quebrar a espinha" do governador José Serra, candidato tucano à Presidência da República.
O pior, entretanto, nem foi isso. Para este colunista, filho e sobrinho de professoras de escolas públicas, acostumado a vê-las como educadoras, o que mais chocou foi o relato de uma advogada, a doutora Emília, cujo nome inteiro é mais seguro resguardar, diante dos fatos a que assistiu. "Quando a passeata acabou, o que deixaram de lixo e destroços pelas imediações do Palácio dos Bandeirantes e do Estádio do Morumbi, onde estacionaram os ônibus fretados, foi absurdo. Eram imagens degradantes que mais pareciam de mictório público, daqueles que não dá para passar na porta. Um nojo! Se não são educados, se não sabem nem respeitar a rua por onde passam, ou acampam, não têm como educar (...)"
Um filme de muito sucesso, Fahrenheit 451, fala de um tempo em que os livros são proibidos, opiniões têm de seguir a massa e o pensamento crítico vira crime. O título do filme se refere à temperatura em que os livros pegam fogo.

ATENÇÃO! ATENÇÃO!
Hoje, dez ministros saem de uma só vez, para disputar as eleições. E daí? Daí, nada. Mas é bom saber que agora são outros.

MAIS ATENÇÃO
Na Casa Civil, de onde sai Dilma Rousseff, a substituta é Erenice Guerra. Lembra? É aquela tão citada no episódio VarigLog, ou no caso da secretária da Receita Federal, Lina Vieira, naquele encontro que houve-não-houve com Dilma.

FESTINHA
O prefeito de Cruzeiro do Oeste (Paraná), Zequinha Dirceu, filho de José Dirceu, deixou o cargo para se candidatar a deputado federal. E foi apoteótico: sua desincompatibilização, no sábado, teve show e missa com o padre Reginaldo Manzotti. O detalhe é que, no coloridíssimo convite para a grande festa religiosa e política, Zequinha Dirceu não aparecia: só o padre Reginaldo.

FESTANÇA
Já o lançamento do PAC 2, aquele que não tem nada a ver com a disputa presidencial, foi uma festança, com o presidente Lula e Dilma, a candidata que não estava em campanha: os gastos do governo federal alcançaram R$ 169,2 mil, com aluguel de salão, equipamentos, coquetel. Havia 1.200 convidados para assistir ao ato puramente administrativo, sem nada a ver com a eleição.

TUMA NA ARMADILHA
O senador Romeu Tuma, fiel soldado da bancada de apoio ao governo Lula, espera agora que José Serra decida seu destino. Ele gostaria de se candidatar à reeleição, mas isso é difícil: na chapa definida por Serra, os candidatos ao Senado são Orestes Quércia, do PMDB, e Aloysio Nunes Ferreira, do PSDB. Tuma ameaça fechar acordo com Paulo Skaf, o socialista que comanda as colunas sociais, mas não pode: seu partido, o PTB paulista, está fechado com os tucanos. Sem partido, Tuma não pode se candidatar. E enfrenta outro problema: tem dois filhos bem colocados no governo federal. Se sair candidato com Serra, adversário da candidata do presidente Lula, que acontecerá com suas indicações?

A SAÍDA
Talvez Tuma se candidate a deputado federal, puxando votos para a bancada do PTB. Mesmo que em São Paulo apoie a oposição, um PTB forte pode ser útil ao PT. Pode ser o caminho para que suas indicações continuem indicadas.

BIGODE VINGADO
Aloizio Mercadante, candidato do PT ao governo, deu o troco nos que o criticaram por ter revogado a renúncia irrevogável à liderança de Lula: desta vez, quem revogou a decisão irrevogável de disputar prévias foi Eduardo Suplicy. O senador tem mais quatro anos de mandato e não concorrerá a cargo algum.




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