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Bloqueio de verba vai atingir contas de água e luz, diz reitor da UFABC

Universidade teve 30% do orçamento contingenciado pelo MEC

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
07/05/2019 | 07:00
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 A reitoria da UFABC (Universidade Federal do ABC) afirma que o corte de 30% no orçamento da instituição previsto para o segundo semestre deste ano pode deixar a universidade sem serviços básicos, como água e luz. Se confirmada a redução orçamentária, a avaliação é a de que o corte afetará não apenas a gestão da instituição, como também toda a manutenção de suas atividades.

Conforme mostrado ontem pelo Diário, o contingenciamento de verba de todas as universidades federais do País anunciado pelo MEC (Ministério da Educação) no fim do mês passado fará com que a UFABC perca R$ 15,9 milhões de seu orçamento deste ano. O valor atinge principalmente áreas de custeio e investimento da instituição, que previa para o período receita de R$ 51,3 milhões.

Apesar de trabalhar com a hipótese de possível reversão do bloqueio anunciado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o reitor da UFABC, Dácio Roberto Matheus, afirma que a situação pode agravar ainda mais a crise financeira da instituição, que há pelo menos três anos tem sofrido com cortes de verba.

“Estamos em uma situação muito limite”, disse o reitor em entrevista à Rádio CBN. “Os custos que seriam comprometidos com o corte atingem a universidade como todo. Vamos ter que avaliar a capacidade de funcionamento e até quando conseguimos trabalhar.”

A principal preocupação da UFABC, neste momento, tem sido adotar políticas para preservar o financiamento estudantil tanto na graduação como na pós-graduação. A conclusão de obras para que não se deteriorem e manter os serviços essenciais para o funcionamento da instituição também têm sido prioridades para a reitoria da instituição federal, que atende cerca de 15 mil estudantes.

A UFABC diz que espera por uma “reavaliação” da decisão do governo federal. “Vale lembrar que as universidades públicas respondem, hoje, por mais de 95% da produção científica nacional e já estavam em situação bastante delicada com o corte anteriormente anunciado de 45% da verba do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.”

Segundo o governo federal, o bloqueio pode ser revisto “caso a reforma da Previdência seja aprovada e as previsões de melhora da economia no segundo semestre se confirmem”.




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