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Qualidade de vida para todos

Sabe o que é mais de 1.000 pessoas com um sonho comum? É isso que estamos vivendo em Curitiba, no Congresso da ANTP

Cristina Baddini
02/10/2009 | 00:00
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Sabe o que é mais de 1.000 pessoas com um sonho comum? É isso que estamos vivendo em Curitiba, no Congresso da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), onde visualizamos coletivamente o sonho de cidades onde todas as pessoas circulem felizes, rapidamente e sem poluir. Qualidade de vida para todos. Chega de viagens longas e demoradas, trens e metrôs lotados, trajetos complexos, congestionamentos, buracos, poucas faixas de pedestre, sinalização inadequada ou insuficiente e muitos acidentes. Infelizmente essa é a situação da mobilidade urbana, fruto da falta de política pública competente e equânime, de planejamento urbano integrado e obras viárias que quase sempre priorizam os automóveis.
Para resolver essas questões a opinião unânime das mais de 1.000 pessoas do evento é que o incentivo ao uso do transporte coletivo e formas não motorizadas de se deslocar são fundamentais para conseguirmos a cidade ideal. Se continuarmos priorizando o espaço daquele que se desloca com seu carro, com certeza estaremos inviabilizando o espaço urbano com vias e mais vias, sempre com alternativas paliativas e que em curto prazo perdem a validade.
Portanto, uma das propostas que deveriam constar obrigatoriamente de todos os planos e ações dos governos é que sistemas de transportes de grande e média capacidades devem ser a forma prioritária da população se deslocar diariamente. Criar corredores exclusivos permitindo as ultrapassagens dos ônibus nas paradas, sempre reservando duas faixas para a ultrapassagem, é uma alternativa brasileira que muitos países já estão utilizando com paradas contendo abrigos maiores e melhores, bem pintadas, limpas e iluminadas, também deve ser prioridade dos governantes em geral.
Transportes com matriz energética utilizando fontes renováveis de energia, reduzindo a poluição e os danos causados à natureza também são fundamentais. Afinal, um bom sistema público para o transporte coletivo auxilia na diminuição dos veículos em circulação diária nos grandes centros.
Discute-se também que é igualmente importante planejar prioritariamente a circulação fácil e segura de pedestres, idosos, crianças e escolares assim como das pessoas com necessidades especiais investindo também na construção de ciclovias e bicicletários.
O 17º Congresso da ANTP analisa a pouca habilidade dos governos em prover de infraestrutura adequada e serviços de transportes eficientes e adequados além de permitir a deterioração dos transportes públicos, o que afasta a classe média desses serviços, obrigando-a a optar pelo transporte individual. A consequência é que hoje as emissões dos veículos são a principal fonte de contaminação atmosférica. Sabe-se que a esses poluentes está associada elevação no risco de contrair inúmeras doenças respiratórias, cardiovasculares e provocar câncer, além de distúrbios de fertilidade.
Espero, sinceramente, que o sonho do Congresso da ANTP realmente contribua para a viabilização de programas de excelência nas gestões públicas de trânsito, transporte e na preservação do meio ambiente e pela implementação de modelo de cidade com transporte mais eficiente e socialmente inclusivo. Enfim, uma cidade humana.




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