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'É tudo Verdade' fala de lendas urbanas
Danilo Angrimani
Do Diário do Grande ABC
27/04/2002 | 16:02
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O filme Nasceu o Bebê Diabo em São Paulo, da cineasta Renata Druck, 29 anos, ganhou o prêmio Ministério da Cultura de Documentário na mostra É Tudo Verdade, encerrada na semana passada. Quem adora essas histórias e não pôde conferir a exibição terá outra chance no mês que vem (data a definir), quando o filme sobre o Bebê Diabo, a Loira Fantasma e a Gangue do Palhaço for exibido novamente, em um evento promovido pelo Itaú Cultural (av. Paulista, 149, São Paulo, tel.: 238-1700).

Para falar sobre as três lendas urbanas mais populares de São Paulo, Renata construiu o documentário em estilo de reportagem. Coube ao jornalista Ivan Finotti sair a campo e tentar amarrar as histórias, entrevistando pessoas que podem ou não ter visto as aparições.

O filme tem momentos saborosos. Tem gente que jura que viu a Loira Fantasma, outros asseguram que é tudo mentira. Aparece um garoto que garante ter sido perseguido pela Gangue do Palhaço, enquanto alunos de uma escola de periferia ensinam simpatias para que a Loira Fantasma apareça no banheiro.

Em busca dos vestígios do Bebê Diabo, o repórter Finotti tenta falar com uma suposta “enfermeira-chefe” do Hospital e Maternidade São Bernardo, onde teria nascido o filho do demônio. Depois de várias tentativas, o repórter é proibido de fazer filmagens na casa de saúde e leva um fora da “enfermeira-chefe”, quando tenta convencê-la, pelo orelhão, a conceder a entrevista.

Em outra tomada, um jornalista conta que um dia estava trabalhando e sentiu que alguém batia em suas costas. Ele virou-se e topou com um palhaço, vestido a caráter, com nariz postiço e tudo. O palhaço fez um pedido dramático: “Por favor, parem de fazer reportagens sobre a Gangue do Palhaço, porque eu não consigo mais arrumar trabalho”.

As histórias do Bebê Diabo e da Loira Fantasma ganharam as páginas do jornal Notícias Populares (NP) em 1975. Depois do megasucesso do Bebê Diabo, em maio, quando o suposto nenê chifrudo ajudou a produzir manchetes por 22 edições, o jornal apelou para outro boato de sucesso: a Loira Fantasma. Já a terceira lenda best-seller viria em 1995, quando finalmente chegou ao Brasil a história da Gangue do Palhaço.

A autora preferiu manter o tom de mistério e em nenhum momento do filme esclarece a origem do Bebê Diabo, nem das outras duas lendas. Além de Renata Druck, assinam a produção a roteirista Sabina Anzuategui e a fotógrafa Janice D’Ávila.




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