``Por volta das 12h (2h de Brasília), Eurico Guterres foi preso. Ele está agora no quartel-general da Polícia Nacional', disse Suhardi Sumomulyono a um jornalista local, em uma entrevista por telefone.

Sumomulyono reclamou que a polícia nao tinha uma ordem de prisao quando abordou Guterres, chefe da temida milícia Aitarak, em um hotel no Centro de Jacarta. Ele é o primeiro líder miliciano a ser preso por autoridades indonésias.

O chefe da Polícia Nacional disse que Guterres é culpado por ``ter ordenado seus homens a retomar as armas' que tinham sido entregues em uma cerimônia na cidade fronteiriça de Atambua, no Timor Oeste, no último dia 24 de setembro. E negou que a prisao esteja relacionada ao suposto envolvimento do chefe da milícia no ataque à casa do líder da independência do Timor Leste, Manuel Carrascalao, em abril de 1999.

``A prisao de Eurico é legal e respaldada pelo código criminal', afirmou o porta-voz da Polícia Nacional Saleh Saaf, acrescentando que o réu poderá passar cinco anos preso se for considerado culpado.

Saaf disse ainda que a polícia fez um apelo a Guterres para que ele acalmasse seus simpatizantes, que podem reagir violentamente à sua prisao. O líder miliciano, que agora vive no Timor Oeste mas freqüentemente voa para Jacarta, havia alertado na última segunda-feira que seus homens e simpatizantes reagiriam se ele fosse detido.

As Naçoes Unidas pressionam Jacarta a desarmar as milícias e levar à Justiça os assassinos dos três funcionários de ajuda humanitária da ONU que morreram em um ataque miliciano no Timor Oeste, no último dia seis de setembro.