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Psol tenta barrar redoma da Câmara de Sto.André

Partido alega que placas de vidro, patrocinadas
por Ronaldo, ferem o tombamento da estrutura

Por Vitória Rocha
Especial para o Diário
18/11/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O Psol de Santo André entrou com representação no Ministério Público contra construção de redoma de vidro na Câmara andreense. No documento, o presidente do diretório do partido na cidade, Ricardo Alvarez, pede a interrupção de processo licitatório que se iniciou na semana passada para a colocação de placas que vão separar os vereadores do público.

“Na minha leitura, esses vidros mexem com a estrutura, que foi tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), mexe com a história. O Paço tem de ser preservado. Além disso, nunca houve ato que justifique colocar essas placas. No período político em que vivemos, queremos nos aproximar das pessoas e não nos afastar”, ponderou. Alvarez também protocolou pedidos de esclarecimento no Condephaat e fez petição pedindo interrupção do processo licitatório pelo órgão.

Segundo o presidente da Câmara, bispo Ronaldo de Castro (PRB), no entanto, o Legislativo já conseguiu aprovação do Condephaat e aguarda posicionamento do conselho do patrimônio municipal. “Você quer atender munícipe? Usa o gabinete. Manda ele (Alvarez) entrar com uma representação contra a Câmara de São Bernardo, contra todas as Câmaras que têm proteção. Manda ele vir aqui quando a pessoa pulou. Eu nem estou sabendo desta representação, estou sabendo por vocês”, disse Ronaldo, exaltado.

Motivo de polêmica, a redoma, com licitação estimada em R$ 50 mil, tem sido criticada e questionada pelos parlamentares nos últimos dias. “É um absurdo esse vidro. Um desrespeito com os vereadores. Ele (Ronaldo) abriu a licitação sem conversar com a gente. Eu sou a favor da democracia, de dialogar, e se maioria optar pelo vidro, que se coloque. Mas não houve conversa”, disse Luiz Zacarias (PTB), futuro vice-prefeito de Santo André. “Eu acho que é um momento de aproximação com a população e não de separação. Não há antecedentes de agressão que justifiquem essa medida”, complementou Edson Sardano (PTB). “Acho equivocada essa atitude. Não houve violência contra os vereadores desta Casa. Sou a favor de ouvir os 21 vereadores”, falou Bete Siraque (PT).

Visivelmente irritado com a situação, Ronaldo ironizou a postura dos companheiros. “Antes eram só três vereadores contra (o projeto da redoma). Isso todo mundo sabe. Vocês já publicaram exaustivamente sobre o vidro, todo mundo sabe. É que é política. Eles (vereadores) acham que são antigos na casa e que isso é algo que tem que se conversar. Falam coisas que não sabem. Segunda-feira vamos discutir tudo isso, em uma reunião. Só quando alguém morrer é que eles vão querer uma atitude. Brasil é assim: espera acontecer, depois faz alguma coisa”, afirmou. 




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