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Bancos adotam novos métodos de segurança
Luciele Velluto
Especial para o Diário
25/10/2005 | 08:13
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Os bancos estão adotando novos métodos para proteger seus clientes na internet. Pesquisa da Trend Micro, multinacional desenvolvedora de produtos e serviços de segurança de conteúdo para redes corporativas, aponta o Brasil como o principal país disseminador de trojans, e o mais afetado pelos cavalos de tróia. "O Brasil está na frente de países como EUA e Espanha. Em relação aos EUA, existem 30% a mais de códigos maliciosos", afirma Leonardo Bonomi, da Trend Micro.

Esses códigos chegam em forma de e-mails. Há os que informam que o usuário tem dados incorretos, que precisam ser atualizados, e encaminham para arquivos ou links na internet. Podem ser arquivos trojans, que apenas enviam os dados digitados para outro computador, ou spyware, que monitora a navegação do usuário e coloca uma tela igual à do banco para captar os dados. O spywares também são populares por estarem escondidos em pop-ups – propagandas que aparecem quando um site é aberto.

Para proteger os clientes, os bancos adotam recursos de segurança. Os últimos são os cartões com chaves de segurança e as certificações digitais. A preocupação deriva do tráfego intenso em home banking e sites financeiros. Segundo o Ibope Nets/Ratings, cerca de 4,6 milhões de usuários domésticos acessaram essas páginas em setembro, o equivalente a mais de um terço de usuários de internet doméstica – 11,5 milhões.

No Brasil, as transações de pessoas físicas pela rede cresceram 40,4% em 2004 em relação a 2003, saltando de 1,46 bilhão para 2,04 bilhões de transações, segundo a Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos).

O Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil, do Comitê Gestor da Internet, identificou que, de janeiro a setembro deste ano, o volume de fraudes pela internet saltou 688% comparado ao mesmo período de 2004, disparando de 2.340 para 18.443 incidentes. Só no último trimestre foram registrados 8.288 casos.

Segundo a Febraban, os bancos investiram no ano passado R$ 4,2 bilhões em tecnologia da informação e parcela significativa foi em segurança.

Nos últimos seis meses, alguns bancos adotaram um tipo de cartão que contém de 40 a 50 códigos diferentes para o usuário ter mais segurança quando realizar transações. "Aumenta muito a segurança, pois são 50 possibilidades de combinação. E também existem vários modelos e seqüências de cartão. Não existe nenhum outro igual", conta Bonomi. O cliente que receber o cartão deve cadastrá-lo no site para não haver extravio.

Outros bancos desenvolveram o sistema de certificação digital, no qual o cliente utiliza um programa de registro da máquina que é concedido pelo banco. Esse é o método mais recomendado pela Febraban, mas oferece menor mobilidade para o usuário.

"A desvantagem da certificação é que o cliente só pode fazer o acesso ou a transação do computador que tem o certificado, mas a vantagem é que nenhuma pessoa poderá acessar sem ter esse registro", explica André Carraretto, especialista em segurança da Symantec, desenvolvedora de produtos de segurança.

Os profissionais de segurança acreditam que os sites dos bancos brasileiros são muito seguros e que o usuário é o principal alvo, devendo tomar precauções. Os métodos de segurança de cada banco e as dicas de segurança para o usuário estão em seus respectivos sites e na Febraban (www.febraban.org.br).

Dicas de segurança para o usuário

- Não abrir e-mails de endereços desconhecidos ou com ofertas muito fáceis

- Evitar entrar em links de sites e e-mails que não sejam confiáveis

- Evitar entrar em sites de conteúdo deconhecido

- Não clicar pop-ups

- Utilizar e atualizar sempre anti-vírus, anti-spam, anti-spyware e firewalls

- Clicar no cadeado no rodapé da página do banco para se certificar se o site é o oficial




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