Nem o frio e a garoa insistente foram capazes de tirar o ânimo das “minas” e dos “manos” que assistiram anteontem à apresentação do rapper Thaíde no Parque Central, em Santo André.

Segundo os organizadores do evento – que integrou a programação de comemorações do Dia da Consciência Negra –, cerca de 3.500 pessoas compareceram ao show.

Acompanhado pela Banda da Pesada, Thaíde subiu ao palco por volta das 20h, na seqüência da performance da cantora andreense Ieda Hills.

Logo no início, o cantor colocou o público para dançar ao som de Apresento Meu Amigo. A canção fez parte do repertório da dupla que ele formou com DJ Hum nos anos 1980.

Em cerca de 1h30, Thaíde intercalou músicas antigas como Corpo Fechado, e composições de seu mais recente CD, Thaíde Apenas, entre elas Pilantras de Plantão e Escute Aqui.

Também não faltaram hits dançantes que empolgaram o público, como Senhor Tempo Bom e Pra Cima.

O artista pontuou o espetáculo com discursos sobre o abismo social entre ricos e pobres no País, e a valorização da educação e da cultura afro-brasileira.

“Nossa grande vingança não vai ser com armas na mão, mas com um diploma, com estudos e empresas com nossos nomes. Assim a gente vai ter um futuro melhor”, disse o rapper, pouco antes de cantar Malandragem Dá Um Tempo.

O cantor lembrou o líder negro Zumbi dos Palmares, ao interpretar a canção Afro-Brasileiro.

Outro homenageado foi o ativista Nino Brown, presidente da organização Zulu Nation Brasil, entidade referencial no movimento hip hop no Grande ABC. “Quem não respeita o Nino Brown, não respeita o hip hop. Uma salva de palmas para ele”, pediu Thaíde.

Além das rimas certeiras do rapper, a competência dos músicos da Banda da Pesada – que inclui MCs, instrumentistas e um DJ – cativou a platéia. A backing vocal Juliana fez divertido dueto com Thaíde na música Louca por Mim.