O bairro madrilenho da Virgen del Puerto encontra-se devastado pela explosao de um carro-bomba da ETA ocorrida nesta manha, com o saldo de um morto. As ruas estao cobertas de vidros e ferros retorcidos e os policiais tentam impedir a circulaçao dos populares pelas ruas, pois novas explosoes podem acontecer. Uma espessa nuvem de fumaça envolve a regiao, situada a Sudoeste da capital, a um passo do famoso estádio de futebol Vicente Calderón.

Muitas das janelas dos prédios vizinhos explodiram em pedaços. Os troncos das árvores estao carbonizados, as calçadas cobertas de cinzas e destroços de todos os tipos. Dos carros estacionados junto ao carro-bomba só restam carcaças negras.

Os moradores desta zona residencial, habitada principalmente por militares e onde a organizaçao separatista basca ETA já havia cometido vários atentados em 1980, observam, atônitos, o espetáculo de destruiçao e a mobilizaçao do dispositivo de emergência.

O bairro foi invadido por ambulâncias, carros de bombeiros, de polícia e câmeras de televisao. Agentes acompanhados de caes investigam a zona enquanto um helicóptero da polícia voa em baixa altura sobre o lugar.

O pânico atingiu o ápice quando, logo depois da primeira explosao, ocorreu a segunda, a alguns metros de distância: os autores do atentado explodiram o carro no qual fugiram para apagar todas as pistas, segundo uma técnica habitualmente empregada pelo ETA depois de suas ``açoes armadas'.

Imediatamente foi armado um cordao de isolamento no local do assassinato do militar, forçando a saída da imprensa e a interrupçao do trânsito, o que causou um enorme caos numa hora de grande circulaçao.

A alguns metros do lugar do atentado, uma mae de família traumatizada tenta sem êxito cruzar o cordao policial, pois a ordem das autoridades é rígida: ninguém entra ou sai do setor. Os moradores sao convidados pela polícia militar a ficar casa pois os investigadores temem que o ETA tenha espalhado outros carros-bombas no bairro.

Agentes da polícia percorrem todos os prédios pedindo aos militares residentes que tomem um ônibus para ir trabalhar, para evitar ativar uma eventual bomba que os terroristas tenham colocado em seus carros.