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Ex-PM do caso Naval é morto em São Bernardo
Por Gabriel Batista
Do Diário do Grande ABC
21/07/2004 | 21:30
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 Bonfim nas imagens gravadas na Naval O ex-policial militar Rogério Neri Bonfim, 34 anos, foi morto com um tiro no peito ao meio-dia de terça-feira na rua Ângelo David Thomé, no bairro Rudge Ramos, em São Bernardo. Bonfim ficou conhecido internacionalmente em março de 1997, quando foi filmado com mais cinco colegas torturando civis na entrada da favela Naval, em Diadema. Na época, ele integrava a 2ªCia do 24º Batalhão na cidade.

Bonfim foi assassinado a cerca de 30 m da avenida Senador Vergueiro, uma via expressa e repleta de pontos comerciais em São Bernardo. A polícia ainda não tem suspeitos. Duas testemunhas ouviram três tiros.

Uma delas é M.V., de 37 anos, que contou ao Diário ter ouvido o primeiro tiro enquanto almoçava. Ele foi ver o que estava acontecendo e encontrou o ex-policial, que pedia socorro, caído no chão ferido com um tiro no peito.

O ex-policial estava do lado do carro de sua mulher, um Uno Mille preto, que se encontrava estacionado e com a porta aberta. Segundo a testemunha, a vítima estava armada e, mesmo deitado no meio fio da rua, chegou a disparar duas vezes. Um dos tiros acertou o muro de uma casa em frente ao local. “Sempre o via passando, mas não sabia quem era. Quando vi a cena, liguei imediatamente para a polícia”, disse V..

Uma outra testemunha ouvida pela polícia afirmou que viu um Fusca branco arrancar após o disparo que atingiu Bonfim. A vítima ainda foi socorrida, mas morreu cerca de uma hora e meia depois no Pronto-Socorro Central, no Hospital Príncipe Humberto.

Ao lado de Bonfim, a polícia encontrou uma pistola 380, registrada em seu nome, que provavelmente ele usou para se defender. A arma tinha queixa de roubo em 2002, que não foi retirada pelo dono. No carro da vítima, havia 42 balas de pistola e três carregadores.

 O ex-PM Segundo a polícia, o ex-policial tinha uma empresa de segurança particular. No entanto, até a tarde desta quinta não haviam sido identificados o nome e o local da empresa. “Vamos trabalhar com as hipóteses de vingança de ex-funcionários e tentativa de roubo”, disse o delegado assistente do 2º DP de São Bernardo, Evandro Augusto Vieira de Lima. A polícia também não descarta a tese de que policiais militares, que teriam desavenças com Bonfim, o tenham matado.

A delegada regional do Sesvesp (Sindicato das Empresas de Segurança Privada), Mirian Bazote, afirmou que a vítima não tinha empresa cadastrada na entidade. “Por ele ter sido processado e condenado por homicídio, não poderia abrir uma empresa de segurança. Se tinha firma, era clandestina”, disse Mirian. A mulher do ex-policial não foi encontrada para comentar o caso.

Segundo comerciantes da avenida Senador Vergueiro, o ex-policial costumava passar no escritório de advocacia da sogra, ali perto, onde a mulher dele também trabalha. Ele estava sozinho na hora do crime.




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