O Executivo de Santo André está elaborando projeto para ampliação do Parque Central, localizado na Vila Assunção, na área onde, no dia 30 de janeiro, foi desativada a favela Gamboa, fixada no local por quatro décadas. Porém, a Prefeitura não informou quando colocará a ideia em prática.

Enquanto isso não se efetiva, o entulho originado da demolição dos barracos permanece por lá há quase nove meses, tempo que se estenderá ainda mais, pois, segundo a administração municipal, “os resíduos de construção que permaneceram no local serão removidos durante a implantação do projeto.”

No terreno de 35 mil m² há linha de transmissão da AES Eletropaulo. Na ocasião da desativação do núcleo, o prefeito Carlos Grana (PT) comentou que pediria apoio para a concessionária na retirada dos escombros resultante das demolições. A empresa disse que em agosto foi realizada reunião junto a representantes do Executivo andreense sobre as ações na área e informou ter dado suporte à desocupação, removendo a rede elétrica e cortando as ligações existentes. “Já a responsabilidade pela limpeza do terreno é da Prefeitura”, declarou, em nota.

Enquanto isso, a população do entorno aguarda o dia em que o espaço terá serventia, até mesmo pela insegurança que a ociosidade traz. “Vira e mexe tem usuários de drogas entrando aí. Em maio, teve um assalto a moradores do bairro e um dos bandidos fugiu pelo terreno”, contou a comerciante Maria Railza de Melo, 41 anos. Ela reclama da falta de fiscalização no local. “Não tem ninguém cuidando, está abandonado e acaba virando esconderijo e rota de fuga para criminosos, pois tem vários acessos”, falou. “Imagina se algum bandido arrasta alguém para esse terreno? Ninguém vê.”

Já o aposentado Irineu Ongaro, 63, frequentador diário do Parque Central, anseia pela ampliação do espaço, fato que tornará o lugar “o melhor parque de toda a região”, segundo ele. E ainda dá sugestão: “Quando tem evento aqui, as ruas ficam lotadas de carros estacionados, com veículos parados até nas portas das casas. Então, além da extensão, poderiam fazer também um estacionamento para minimizar o problema e não atrapalhar tanto os moradores das redondezas.”