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Professores da Fundação definem hoje se vão à greve

Docentes reclamam de atrasos nos salários e reitoria apresentou diagnóstico de finanças da instituição

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
04/08/2015 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Professores da FSA (Fundação Santo André) decidirão hoje à noite, em assembleia marcada para as 20h30, se entrarão em greve motivados por atrasos no salário, que, segundo eles, ocorrem desde junho. Ontem, a reitoria se reuniu com os mais de 200 docentes para apresentar a situação financeira da instituição.

“Por volta de abril já estava começando a atrasar o pagamento, mas nada parecido com o que acontece agora, sem qualquer tipo de aviso ou diálogo”, disse uma educadora, que preferiu não se identificar. Os atrasados foram pagos, mas “tudo picado”, ressaltou ela.

Durante o encontro, a reitoria apresentou diagnóstico do atual cenário da faculdade. Um dos pontos destacados pela pró-reitora de Administração, Verenice Pavan Garcia Abdulmacih, sobre o atual desequilíbrio orçamentário da instituição é a redução das mensalidades no ano de 2009, desacompanhada de ações complementares para captação de alunos. “Até 2008, a situação era satisfatória. O grande problema foi reduzir as mensalidades e quais ações foram tomadas para isso?”, indagou, acrescentando que a mudanças de perfil de faculdades concorrentes, ao longo do tempo, também contribuem para a queda substancial de receita. “Queremos buscar soluções em conjunto. Ações não devem partir só da reitoria, mas também de toda a comunidade acadêmica”, completou.

Outros fatores colocados foram a tentativa de compensar os buracos orçamentários, recorrendo seja a financiamento bancário ou o não recolhimento deliberado de tributos federais. Segundo o diagnóstico apresentado, os débitos fiscais com o poder público geraram, por consequência, a perda de CND (Certidão Negativa de Débitos) impossibilitando estabelecer parcerias e obter recursos de entes públicos nos três níveis de governo (federal, estadual e municipal).

A reitoria argumenta ainda sobre a herança de passivo trabalhista; a estagnação nos fluxos de entrada do corpo discente (ausência de uma política de ingresso); a decadência da pós-graduação; e a estagnação do Ensino Básico.

“Este é um momento de grande oportunidade para repensar a Fundação e trabalhar propostas para que a faculdade siga o seu caminho, de uma instituição forte”, disse o reitor José Amilton de Souza.

Além da questão salarial, os professores também estão insatisfeitos com a demissão de 22 docentes e funcionários sem o pagamento de 40% sobre o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). De acordo com os professores, a reitoria disse ter recebido orientação nesse sentido da Curadoria das Fundações de Santo André, por serem servidores públicos com mais de 70 anos de idade, passíveis de aposentadoria compulsória. “Queremos revogar as demissões ilegais e injustas”, falou Edna Mara dos Santos, integrante da Comissão de Professores representante da Fafil (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras).

A possibilidade de greve causa preocupação nos alunos, principalmente nos que cursam o último ano. “Se acontecer a paralisação, seremos prejudicados, pois vamos ter de repor aulas no ano que vem”, reclamou a aluna do 4º ano de Biologia Karla Cristina Vieira, 19 anos.
 




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