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Suspensão do enriquecimento de urânio não está nos planos do Irã
Da AFP
20/08/2006 | 14:54
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O Irã não pretende suspender o enriquecimento de urânio, afirmou neste domingo o porta-voz da diplomacia iraniana, Hamid Reza Asefi, a apenas dois dias do fim do prazo estabelecido por Teerã para apresentar uma resposta formal à oferta das potências mundiais, que exigem a suspensão.

"A questão da suspensão é uma volta ao passado e não figura nos planos da República Islâmica", disse Asefi durante a entrevista coletiva semanal.

O Irã anunciou nos últimos meses que responderia em 22 de agosto a uma oferta dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, EUA, França, Grã-Bretanha e Rússia), além da Alemanha, de suspensão do enriquecimento de urânio em troca incentivos comerciais e econômicos.

O Conselho de Segurança da ONU adotou em 31 de julho a resolução 1696, que dá prazo até 31 de agosto à República Islâmica para suspender a atividade sob a ameaça de possíveis sanções.

Asefi disse que a resolução não tem "valor jurídico e legal" e considera a mesma "inaceitável".

"Quatro ou cinco países não podem decidir pelo resto do mundo o que diz respeito ao programa nuclear iraniano", acrescentou o porta-voz.

De acordo com Teerã, o programa tem fins exclusivamente pacíficos, mas os países ocidentais temem que o objetivo final seja fabricar bombas atômicas.

As grandes potências apresentaram em 6 de junho a Teerã sua oferta, que envolve uma colaboração ocidental para que o Irã tenha acesso à energia nuclear civil, sob a condição de que o país suspenda as atividades de enriquecimento de urânio, que foram retomadas em janeiro.

As principais autoridades da República Islâmica reiteraram nos últimos meses que esta condição é inaceitável e que o Irã jamais renunciará ao direito de enriquecimento, tanto a nível de pesquisa como de produção.

O processo permite obter combustível para as centrais nucleares civis, mas também a carga necessária para fabricar armas atômicas.

Asefi também mencionou as possíveis conseqüências de uma aplicação de sanções internacionais contra o regime dos aiatolás.

"Estas sanções serão mais daninhas para eles do que para nós, porque nós estamos sob um regime de sanções informais desde a revolução islâmica de 1979 e podemos enfrentar as conseqüências com organização", advertiu.

Além da questão nuclear, a televisão estatal iraniana informou neste domingo que o Irã testou um míssil terra-terra no segundo dia de manobras militares que têm como objetivo preparar o Exército iraniano para enfrentar uma amenaça externa.

O míssil tático Saegheh (raio), com alcance de 80 a 250 km, foi construído no Irã e aperfeiçoado nas indústrias iranianas, segundo a televisão.

Dez mísseis do mesmo tipo foram lançados na região de Kashan, 200 km ao sul de Teerã.




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