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Oposição aciona MP em S.Bernardo por publicidade da merenda

Material destaca qualidade no novo serviço e não aborda corte na distribuição dos alimentos; pais de alunos condenam medida

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
21/03/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


A oposição em São Bernardo ingressou ontem com representação no Ministério Público contra o governo do prefeito Luiz Marinho (PT) contestando material publicitário, cujo o teor enfatiza excelência no serviço de merenda nas escolas da rede, além de garantir que não houve restrição de abastecimento.

A peça foi produzida pela Secretaria de Educação, que é chefiada pela mentora do plano, Cleuza Repulho (PT). A ação foi movida após contestação de pais de alunos, que alegaram tratar-se de conteúdo “mentiroso”.

Intitulado ‘A verdade sobre a merenda nas escolas municipais de São Bernardo’, o material descreve que não houve corte no abastecimento e sim acréscimo na qualidade dos alimentos, destacando que o almoço segue sendo ofertado normalmente, com arroz, feijão, frango refogado com legumes e salada de repolho.

Autor da ação, Julinho Fuzari (PPS), ao lado dos vereadores Pery Cartola (SD) e Marcelo Lima (PPS), receberam grupo de pais, de diferentes bairros da cidade, que vieram reclamar da restrição alimentar. “O governo cortou a alimentação e fica propagando mentira. Esse cardápio que está neste material mostra o que está sendo servido na creche e nós nunca discutimos isso, somente as Emebs (Escolas Municipais de Educação Básica) e Emeis (Escolas Municipais de Ensino Infantil)”, pontuou Julinho. “Diante de mais essa constatação levamos esses pais para um encontro com a promotoria para que processo possa ser revertido”, acrescentou Marcelo.

O promotor da Infância e Juventude Jairo Edward de Luca oficiou a Prefeitura no mês passado, solicitando revogação do novo plano de distribuição de merenda, que foi cortado pela metade em 5 de fevereiro para as 85 mil crianças da rede municipal, nas 200 escolas.

RELATO
“Essa propaganda é uma vergonha. Minha filha perdeu o direito de almoçar na escola e, no período da tarde, só dão bolacha e um suco para ela comer”, criticou o mecânico de manutenção Robério Moreira Leite, 34 anos, cuja filha de 4 anos estuda no período vespertino na Emeb Paulo Morando, que fica localizado no Parque Imigrantes. “Ela reclama de fome e nesta condição existem outros tantos. Temos de conseguir acabar com isso”, complementou.

Integrante da APM (Associação de Pais e Mestres) da escola, Leite revelou que está colhendo assinaturas dos demais pais para a formulação de carta que também será encaminhada ao MP. “São aproximadamente 300 crianças que não merecem passar por isso e além disso enfrentarem essa mentira do governo”, afirmou.




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