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Refugiados fazem greve de fome contra governo australiano
Das Agências
27/01/2002 | 16:20
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O Departamento de Imigração declarou que 162 homens, 14 mulheres e cinco crianças, sendo a maioria deles afegãos, continuavam negando-se a se alimentar pelo décimo segundo dia consecutivo no centro de Woomera, no deserto ao Sul da Austrália, de onde partiu o movimento. Eles protestam contra a política de asilo do governo australiano.

No entanto, segundo um advogado que representa os que pedem asilo, o número de pessoas em greve de fome é de 370 em um total de 800 refugiados no maior dos seis centros de detenção do país.

Grupos que defendem os refugiados advertiram que estes novos atos extremos eram inevitáveis, como tentativas de suicídio e mutilações, se as autoridades não modificarem sua política.

Os refugiados protestam contra as condições de detenção nos campos, onde algumas pessoas esperam há dois anos, e a lentidão dos procedimentos de exame de seus expedientes.

O governo se nega a ceder, afirmando que se trata de uma chantagem que poderá atrair novos imigrantes clandestinos. Canberra também acha que os pedidos de asilo dos afegãos não se justificam devido à queda do regime talibã.

Neste sábado ocorreram novos atos de violência em Woomera, onde um homem se feriu gravemente ao lançar contra uma grade de arame farpado, e três crianças que participavam na greve de fome foram levadas para um hospital.

Trinta e cinco detidos do centro, incluindo um menino, costuraram os lábios em sinal de protesto, de acordo com o porta-voz do Departamento de Imigração. Cerca de 15 refugiados tentaram enfocar-se e outros ingeriram produtos tóxicos, como xampu.

Segundo Paul Boylan, um advogado que representa os detidos de Woomera, os refugiados estão dispostos a descosturar os lábios se lhe forem providenciados intérpretes e se as crianças de origem iraniana puderem ir à escola.




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