No remake de Cabocla, escrita pelas irmãs Edmara e Edilene Barbosa e supervisionada pelo próprio Benedito, Patrícia Pillar interpretará Emerenciana, mulher do Coronel Boanerges, personagem de Tony Ramos. Até hoje, o casal só havia contracenado uma única vez: no filme O Noviço Rebelde, estrelado por Renato Aragão, em 1997. “A princípio, não tenho critérios muito racionais para aceitar ou não determinado trabalho. Mas saber que vou contracenar com Tony Ramos sempre ajuda”, diz. É na fazenda do Coronel Boanerges e Emerenciana, aliás, que acontece o tal namorico entre a caboclinha tímida do interior de Minas e o advogado tísico do Rio que movimentará toda a história. “Cabocla tem uma ingenuidade do povo do interior que é muito interessante. Para os agitados dias de hoje, é até reconfortante fazer uma novela dessas”, afirma.
Da versão original de Cabocla, exibida pela Globo em 1979, Patrícia Pillar não lembra muita coisa. “Só uma ceninha ou outra”, afirma, puxando pela memória. Da própria Emerenciana, por exemplo, ela lembra apenas que foi interpretada pela atriz Neusa Amaral. Na época, Patrícia tinha 15 anos e, estreante no teatro, quase não tinha tempo para a TV. “Nunca fui uma menina muito caseira”, diz. Mesmo assim, a atriz não demonstra lá muita curiosidade em dar uma espiadela na trama original. “Nós vamos fazer outra novela. Se fosse para fazer igual, a gente reprisava Cabocla no Vale a Pena Ver de Novo”, brinca.
Como geralmente acontece em todo início de trabalho, Patrícia Pillar se aplica na composição do personagem. Quando interpretou a sofrida Luana em O Rei do Gado, por exemplo, passou 15 dias em uma comunidade de bóias-frias, aprendendo a manejar o facão e a cortar a cana, entre outros afazeres. Desta vez, não foi diferente. A atriz passou duas semanas em uma fazenda no interior do Rio, assimilando hábitos simples da vida campestre, como fazer bordado e cozinhar em fogão a lenha. “São essas pequenas coisas que dão vida aos personagens”, afirma.
Durante os 15 dias que passou na fazenda, Patrícia aproveitou para rever velhos amigos e estreitar laços com os novos. Principalmente com o diretor Ricardo Waddington, com quem nunca havia trabalhado. “Acho importante reunir a galera antes das gravações. Afinal, essa turma será minha segunda família pelos próximos meses”, diz. Por isso mesmo, Patrícia Pillar faz questão de saber quem são os seus colegas de trabalho em determinado projeto antes de dizer sim ou não. “Ter um bom ambiente de trabalho é fundamental!”, afirma.
O remake de Cabocla marca a volta de Patrícia Pillar às novelas depois de quase três anos. O último folhetim da atriz foi Um Anjo Caiu do Céu, de Antônio Calmon, onde interpretou a obstinada Duda, que procurava incansavelmente o filho desaparecido. “Gosto de fazer novela. Só não gosto muito, confesso, é de fazer uma atrás da outra. Sempre que posso, tento variar”, diz. Entre uma novela e outra, Patrícia se dedicou à campanha presidencial do marido Ciro Gomes e ao tratamento de um câncer de mama. Ano passado, voltou ao batente em alguns episódios da nova temporada da série Carga Pesada, como a caminhoneira Rosa. “A parte mais cansativa do trabalho é mesmo ter de decorar capítulos. Novela é quase um livro por semana”, diz, brincalhona.
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