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Depois de impasse, CPI é adiada em Diadema

Sem consenso em torno de relatório que isenta Lauro da crise da Saúde na cidade, Câmara prorroga fim dos trabalhos

Por Júnior CarvalhoEspecial para o Diário do Grande ABC
31/10/2014 | 07:00
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Montagem/DGABC


Sem consenso para aprovar relatório da CPI que isenta a administração do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), pela crise na Saúde na cidade, a Câmara decidiu prorrogar por 30 dias o prazo final dos trabalhos da comissão. Na sessão de ontem, os parlamentares aprovaram projeto que estende até o dia 23 de novembro o término das investigações.

O imbróglio começou quando o relator da CPI, vereador Albino Cardoso (PV), correligionário do prefeito, eximiu o chefe do Executivo dos problemas no setor que a cidade vem enfrentando, como deficit de médicos e falta de estrutura para os funcionários. Segundo documento assinado por Albino, ao qual o Diário teve acesso exclusivo, não houve como “identificar nenhuma espécie de improbidade administrativa por parte dos atuais gestores da Saúde de Diadema”.
O relatório do verde cita “situações que fogem do controle do Executivo municipal”, ou seja, suposta defasagem de investimentos do governo federal no setor.

Desde que o parecer foi concluído, o presidente da CPI, Josa Queiroz (PT), tem criticado o parlamentar por não ouvir os demais integrantes da comissão: Ricardo Yoshio (PRB), Luiz Paulo Salgado (PR) e José Dourado (PSDB). Os dois primeiros também seriam contrários ao relatório de Albino.

Segundo Josa, o documento assinado pelo verde “foge da realidade” enfrentada pela cidade e que depoimentos “apontam falhas contundentes de gerenciamento”. Josa, inclusive, chegou a sinalizar a possibilidade de formular relatório paralelo, mas com a extensão do prazo final dos trabalhos a tendência é de que o relatório oficial seja editado. “A ideia é chegar a um consenso”, resumiu o petista.

A crise na Saúde em Diadema tem incendiado a rivalidade entre governistas e oposicionistas. Após série de reportagens na TV denunciando problemas no atendimento do Hospital Municipal, em Piraporinha, Lauro aproveita as redes sociais para pedir ajuda e paciência da população. O verde sustenta que os problemas no setor não foram causados durante sua gestão e que denúncias são feitas por “pessoas ligadas a partidos políticos”. O prefeito chegou a gravar vídeos para argumentar que “muitas inverdades” têm sido alimentadas.
“Eu tenho investido muito na Saúde, prova disso são as reformas nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), o aumento do salário dos médicos e tudo o que nós conseguimos com o governo do Estado. Agora, fazer milagres o prefeito não vai fazer”, discorre Lauro no vídeo espalhado pela internet, no qual ele acrescentar ter sido discriminado pelo governo federal.

Intenção inicial era que a comissão identificasse eventual responsável pelas falhas na Saúde nos últimos 12 anos, período que inclui as gestões de Lauro e dos ex-prefeitos José de Filippi Júnior (PT, 2001 a 2004 e 2005 a 2008) e Mário Reali (PT, 2009 a 2012).

POSSIBILIDADE

Principal alvo das críticas no setor, o secretário de Saúde, José Augusto da Silva Ramos (PSDB) já teria colocado o cargo à disposição. Vereador eleito, o tucano teria, no entanto, ameaçado retornar à Câmara como oposição caso tivesse de deixar o governo.
No pleito de 2012, o tucano lançou a mulher, Maridite Cristóvão de Oliveira (PSDB), como candidata à Prefeitura e só fechou apoio a Lauro no segundo turno. 




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