Para não passarem por um sufoco mais uma vez, os dirigentes de diversas correntes sindicais foram nesta quarta-feira para Brasília conversar com o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e se reuniram com os líderes dos partidos para pedir apoio ao projeto de lei 1990/07, o que regulamenta as centrais.

O texto retorna do Senado para a Câmara esta semana e os sindicalistas querem garantir que o projeto original seja aprovado pelos parlamentares, já que da última vez na Casa, houve mudanças que desagradaram as entidades.

No encontro com Chinaglia, os dirigentes negociaram quando o projeto entra em pauta e será apreciado pelos deputados. Segundo a secretária de Organização da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Denise Motta Dau, há quatro medidas provisórias na frente e só depois da votação de todas é que o projeto das centrais entra em plenário.

“A previsão é que ele (o projeto) entre para apreciação no fim da próxima semana ou começo da outra. Mas, desta vez, estamos mais otimistas”, afirma Denise.

A dirigente se refere à última votação na Câmara, em que os deputados conseguiram derrubar a obrigatoriedade do imposto sindical – que faria as entidades perderem um bolo de R$ 100 milhões – e ainda colocar o Tribunal de Contas como órgão de fiscalização das finanças das centrais.

No Senado, as mudanças foram revertidas, mas é preciso que os deputados mantenham a decisão para que o reconhecimento legal das entidades saia no início deste ano.

“Os parlamentares estão mais informados sobre a regulamentação das centrais. Também deixamos claro que estamos cumprindo o compromisso de buscar uma alternativa à contribuição sindical obrigatória, pois junto com o Ministério do Trabalho, já temos o esboço de um substituto para o financiamento das centrais”, explica a dirigente da CUT.

De acordo com o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, na reunião com os líderes dos partidos, o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), apresentou total apoio ao projeto original. “Ele vai se empenhar para a aprovação sem objeções ao projeto de regulamentação das centrais”, conta o dirigente.