Economia Titulo Mercado no Grande ABC
Vagas com carteira
crescem 44% em 2013

Apesar do resultado, últimos três meses registram
eliminação de postos de trabalho no Grande ABC

Leone Farias
do Diário do Grande ABC
22/08/2013 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 As empresas do Grande ABC geraram neste ano, até julho, 8.380 postos de trabalho com carteira assinada, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho.

Esse saldo (que é a diferença entre as contratações e as demissões) é 44% maior do que as 5.810 vagas adicionais contabilizadas nos primeiros sete meses de 2012.

Embora o nível de ocupação siga elevado na região, o levantamento do ministério mostra que a recuperação do emprego observada no início do ano está perdendo fôlego. Isso porque, nos últimos três meses, houve fechamento de postos nos sete municípios. Em julho, foram eliminados 457, depois de cortes, respectivamente, de 599 e de 303, em junho e em maio.

Duas atividades registram saldo negativo – ou seja, mais demissões do que admissões – no ano até julho: a construção civil e o comércio. A primeira eliminou 306 vagas e a segunda, 269.

Para a diretora adjunta da regional do Sinduscon (Sindicato da Construção Civil) do Grande ABC, Rosana Carnevalli, o segmento é o primeiro que sente os efeitos do momento econômico. Ela acrescenta que vários fatores colaboram para o setor ter reduzido seu ritmo de obras e contratações, entre os quais o endividamento da população e a insegurança em relação ao cenário econômico. “Para piorar, houve redução dos coeficientes de aproveitamento do solo (definidos em recentes planos diretores de municípios da região). Além da falta de terrenos, que até pouco tempo estavam muito valorizados, os orçamentos para o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) não estão sendo cumpridos”, diz a dirigente.

Apesar do desempenho fraco do emprego na construção, Rosana considera que será possível fechar o ano com saldo ligeiramente positivo ou com estabilidade. “Há lançamentos que vão entrar em produção. Existe demanda”, afirma.

O diretor do Sindicato dos Comerciários do ABC Jonas José dos Santos também mostra otimismo em relação aos números do comércio. “Houve algumas demissões, mas nada expressivo, levando em conta o número de trabalhadores na base (140 mil na região), e há vários grandes empreendimentos chegando: o Atrium Shopping, em Santo André, e, em São Bernardo, o Golden Square”.

FORMALIDADE - Indústria e serviços, por sua vez, estão ajudando a segurar o nível de emprego na região. Geraram, respectivamente, 2.024 e 5.724 vagas formais neste ano. O professor de Economia Ricardo Balistiero, que é coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, assinala que a indústria automobilística está batendo recorde de produção neste ano. Na região, um destaque é a área de caminhões, que se recuperou, depois da forte freada na fabricação em 2012. “No Brasil, temos uma pequena elevação do desemprego, mas a região é um polo industrial e de serviços. Acredito que 2013 será melhor que 2012 no Grande ABC”, afirma.

A melhora das vagas na indústria, no entanto, está longe de recuperar a perda de 7.000 postos ocorrida nas fabricantes ao longo de todo o ano passado. Além disso, as perspectivas dos representantes do setor produtivo não são muito animadoras.

Para Mauro Miaguti, que é vice-diretor da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo, o que se percebe é que falta motivação para fazer contratações e para investir. “O pessoal está desanimado, as coisas estão instáveis”, cita. Ele acrescenta que, mesmo em relação ao câmbio, está difícil projetar como vai ficar até o fim do ano, o que dificulta o fechamento de contratos.




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