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Conselheiros aprovam mudança de gestão no PS Central de S.Bernardo
Adriana Gomes
Do Diário do Grande ABC
01/12/2005 | 08:18
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O Conselho Municipal de Saúde de São Bernardo aprovou quarta-feira, por 15 votos a favor e dois contra, o novo modelo de gestão do Pronto-Socorro Central de São Bernardo. A unidade – hoje sob comando da administração municipal – passará a ser gerida pela Fundação do ABC, mantenedora da Faculdade de Medicina. O início dos trabalhos no PS está marcado para o próximo dia 12, de acordo com a vice-presidente do conselho, Maria Cristina Lopes. “Quem deu a informação foi o doutor Walter Cordoni”, disse ela quarta-feira, logo após o encontro no qual foi organizada a votação. Walter Cordoni Filho é diretor geral dos hospitais administrados pela Fundação do ABC no município – HMU (Hospital Municipal Universitário) e Hospital de Ensino Padre Anchieta, unidades consideradas referência em saúde para procedimentos específicos e complexos na região, a exemplo do Hospital Mário Covas, em Santo André, também administrado pela fundação.

Na reunião de quarta-feira, presidida pelo secretário de Saúde de São Bernardo, Wilson Narita Gonçalves, estavam presentes 18 conselheiros. Os dois componentes que votaram contra não chegaram a ameaçar o projeto da Prefeitura. “Funcionários do PS fizeram manifestação contra o projeto e isso gerou um pouco de conflito. Mas nem todos foram contra. O problema é que estão falando em terceirização do quadro de funcionários e não é isso o que vai acontecer. Foi dito claramente que apenas os médicos serão remanejados. Funcionários da área administrativa, da enfermagem e de outros setores serão mantidos”, afirma Maria Cristina, que, além de conselheira de saúde, é funcionária de carreira da Prefeitura. Na votação, um conselheiro se absteve.

A reunião também foi aberta a usuários do sistema que não fazem parte do conselho. Contrariando a manifestação dos funcionários que rejeitam a mudança de modelo de gestão, a maioria dos usuários presentes aplaudiu a iniciativa, logo após as explanações relativas ao novo modelo.

Médicos que pediram à reportagem para não serem identificados reclamam, no entanto, da possibilidade de serem transferidos para postos de saúde localizados em áreas periféricas, onde não haveria estrutura de trabalho e o acesso é difícil. Alegam que a maioria está há muitos anos no PS e que mantêm mais de um emprego, portanto, o remanejamento para postos em bairros distantes poderá prejudicá-los.

A Secretaria de Saúde afirma, entretanto, que o remanejamento será gradativo e que a ação vai beneficiar a saúde da cidade como um todo, visto que as necessidades de profissionais na rede serão supridas. A Prefeitura ainda não tem o cronograma das transferências e as unidades beneficiadas. Procurado pela reportagem quarta-feira, o secretário Narita Gonçalves não foi localizado após a reunião.

Satélite – “O PS Central será uma espécie de unidade satélite do HMU. A unidade está sendo assumida pela fundação por meio de um termo aditivo ao do hospital. Nesse primeiro momento, não devem ser criados cargos de chefia novos, inclusive. Os responsáveis pelo HMU também comandarão o PS, nas áreas das diretorias clínica e administrativa, por exemplo”, explica o presidente da Fundação do ABC, Homero Nepomuceno Duarte.

Sobre os detalhes acerca do novo modelo – que promete aperfeiçoar o atendimento oferecido à população – Duarte disse que era pergunta a ser feita para a médica Maria Alice Mello Rosa Tavares da Silva, diretora clínica do HMU, que também vai assumir o posto na nova era do PS Central. Mas, a exemplo do secretário de Saúde, ela também não foi encontrada quarta-feira após a reunião para falar sobre o assunto.

O Pronto Socorro Central de São Bernardo realiza em torno de mil atendimentos ao dia. Com vistas no modelo considerado exemplar do Hospital Universitário e no Anchieta, a administração municipal teve a idéia de mudar a gestão do PS para a Fundação do ABC.



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