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Pesquisas detalham mercado sexual no País
Da ABr
23/05/2010 | 07:11
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Sete pesquisas realizadas pelo Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra a Criança e o Adolescente, em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e a Comissão Interestadual de Combate à Exploração e Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes da Região Centro-Oeste (Circo), mostram as primeiras impressões sobre o mercado sexual no Brasil.

O objetivo das pesquisas é fazer diagnóstico qualitativo para municiar as entidades e órgãos governamentais que atuam no enfrentamento à exploração sexual - problema recorrente também no Grande ABC. "Compreendendo como a exploração sexual ocorre, teremos melhores condições para enfrentá-la", afirma a pesquisadora Estela Scandola, representante do Comitê Nacional em Mato Grosso do Sul.

O conjunto de estudos está sendo feito em áreas de fronteira, em garimpos, na BR-163, em comunidades indígenas, em áreas de transporte fluvial, no setor sucroalcooleiro (locais de plantação de cana-de-açúcar e destilarias de álcool) e em locais de atendimento às vítimas de violência sexual.

O estudo mostra que a exploração sexual está inserida nas relações de trabalho e, como nas demais cadeias produtivas, aparece em três vértices: demanda, oferta e mercado. Mulheres, crianças e adolescentes produzem mercadoria e por vezes são mercadorias que produzem mercadorias.

No setor sucroalcooleiro observou-se na pesquisa que, antes da instalação de uma grande usina, ocorre toda uma preparação de pontos para o comércio sexual.

Preconceitos e as discriminações presentes em toda a sociedade são sedimentados na exploração. "Na plantação de cana, se a menina tiver caso com o cortador de cana, é exploração sexual, mas, com funcionário bem remunerado, é namoro", diz Estela.

As demais pesquisas ainda estão em andamento. Uma das saídas contra a exploração sexual seria, segundo Estela, a imposição de normas para liberação de financiamentos públicos a empresas privadas. "Empréstimos oficiais deveriam exigir condições para não impactar de forma desastrosa os municípios", conclui Estela.




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