Economia Titulo Reduflação na economia
Procon de Sto.André faz alerta contra embalagens ‘mascaradas’

Mudança na quantidade de produtos precisa ser explicitamente divulgada aos consumidores; caso contrário, empresas podem ser multadas

Beatriz Mirelle
Especial para o Diário
10/07/2022 | 00:01
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Tânia Rego/Agência Brasil


O Procon Municipal de Santo André e a Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) alertam para produtos de supermercados com embalagem menor ou ingredientes mais baratos, mas que mantêm os mesmos preços. Conhecido como reduflação na economia, que representa a união das palavras “redução” e “inflação”, esse fenômeno foi registrado no sabão em pó, molho de tomate e sabonete. Consumidores analisam casos semelhantes também em chocolates.

Durante a pesquisa da cesta básica da Craisa de junho, o superintendente Reinaldo Messias observou variáveis que chamaram atenção na apuração. “Os valores foram mascarados. As embalagens estão menores e o preço não diminuiu. É preciso ficar atento.” Muitas pessoas alegam que certos itens que duravam duas semanas, por exemplo, agora só duram uma. A justificativa para isso não se restringe ao aumento do consumo, mas sim a quantidade menores.

A média do sabão em pó foi de R$ 7,15 por 1kg em maio para R$ 12,98 por 800 gramas (alta de 81,63%). O sabonete de 90 gramas por R$ 2,39 reduziu para 85 gramas por R$ 2,56 – acréscimo de 6,97%. Já o sachê de 340 gramas do molho de tomate por R$ 1,48 caiu para 300 gramas por R$ 1,62 (aumento de 9,93%).

A nutricionista Jacqueline Kajiya, 29 anos, do bairro Campestre, em Santo André, costuma olhar os rótulos dos itens de supermercado e notou que os pacotes de doces estão reduzindo a cada compra. “Presto atenção no que tem em cada embalagem. Há um tempo, percebo que algumas coisas diminuíram, principalmente chocolates e gelatinas, mas os preços permaneceram.”

Caso as mudanças não estejam explícitas na embalagem, a diretora do Procon de Santo André, Doroti Cavalini, ressalta que essa é uma maneira de ludibriar o consumidor. “Não é crime desde que esteja destacado em negrito com letras garrafais quais foram as alterações, seja no peso ou quantidade. Se o fabricante não informar e manter o valor, é uma prática abusiva, podendo ser multado em até R$ 9 milhões dependendo da empresa.”

De acordo com ela, as pessoas não se atentam porque compram pela marca ou preço. Nesses casos, é fundamental contatar os órgãos de defesa do consumidor. Segundo a diretora, as reclamações nas redes sociais aumentaram, mas o Procon de Santo André ainda não recebeu nenhuma demanda. “Precisa fotografar e enviar ao Procon pedindo fiscalização a respeito. A prática está mais recorrente agora que os índices inflacionários estão em alta e os fornecedores querem continuar lucrando”, cita Doroti.




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