A Prefeitura de Santo André planeja lançar em junho o edital de licitação para construção do Piscinão Vila América, que será construído sob o Parque Ana Brandão. Com capacidade de 215 mil metros cúbicos de água (o equivalente a 195 piscinas olímpicas), a implementação do equipamento promete acabar com o problema histórico de enchentes e alagamentos na Vila América. O investimento previsto é de US$ 35 milhões (R$ 165,5 milhões, na cotação de ontem) e a expectativa é que as obras comecem em setembro deste ano. O prazo de conclusão é de 18 a 24 meses.

O Piscinão Vila América é mais uma das obras do pacote de financiamento que a Prefeitura de Santo André obteve junto à CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina), no valor total de US$ 50 milhões (equivalentes a R$ 236,5 milhões) – sendo US$ 12,5 milhões (R$ 59,1 milhões) a contrapartida da administração municipal.

O prefeito Paulo Serra (PSDB) explicou que o projeto que vai basear o edital está em fase final de conclusão, na viabilização do licenciamento ambiental. O chefe do Executivo andreense destacou que as obras que serão realizadas vão impactar na vida dos moradores da região, mas em boa parte da cidade como um todo, porque as enchentes e alagamentos, quando ocorrem, afetam todo o eixo das Avenidas Giovanni Batista Pirelli e Santos Dumont.

Inicialmente, a previsão da administração andreense era a de que o edital seria lançado ao fim do primeiro bimestre deste ano. Paulo Serra explicou que estudos que indicaram a possibilidade de aumentar a capacidade do reservatório em 20% (de 172 mil metros cúbicos para 215 mil metros cúbicos) inviabilizou o cumprimento do primeiro prazo. “Outro estudo que fizemos foi com relação às bombas de escoamento, que normalmente são elétricas, e neste piscinão vão ser movidas a gás natural”, detalhou.

O objetivo da mudança é evitar que, em caso de falta de energia elétrica, as bombas parem de funcionar. Em 2019, uma falha no painel e no gerador responsáveis pelas bombas de um piscinão em São Bernardo, após uma grande chuva, fez com que ruas da Vila Orlandina ficassem 48 horas alagadas. “Além de ser ecologicamente mais recomendado e sustentável, não tem falha”, pontuou o prefeito.

Além do piscinão, que será o maior da cidade, as obras de drenagem da região contemplam mais quatro reservatórios menores, que serão construídos sob o viário na Vila Pires e Vila América. Serra explicou que o equipamento maior vai ser uma reserva para que o córrego Córrego Guarará não enche e não alague a região da Avenida Santo Dumont e onde estão o Estádio Bruno Daniel e o Clube Atlético Aramaçan. “Ele vai ser um preventivo. E nos bairros vão ser feitos esses minis, caso o piscinão chegue próximo do seu limite, aí vai liberando a água pouco a pouco e esses outros vão controlando para que o córrego não transborde com essa situação”, detalhou.

Sobre o início das obras, a previsão é que ocorram em setembro. O prefeito relatou que em projetos com financiamento internacional, a fase que antecede a licitação costuma ser mais demorada, porque são feitas mais exigências com relação aos estudos. “Até chegar na parte do edital tem uma complexidade maior, precisa do projeto executivo extremamente detalhado, com estudo socioambiental, com o licenciamento, tem uma série de exigências a mais”, pontuou. “No entanto, quando começa essa parte da avaliação das propostas, é mais ágil. Então a gente está muito otimista de começar a obra no meio do segundo semestre”, finalizou.