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Câmara andreense aprova utilização de drones para o combate à dengue

Medida precisa ser sancionada pelo prefeito; objetivo é alcançar as áreas de difícil acesso

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
21/02/2022 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


A temporada de chuvas acende o alerta para velho conhecido da população: o mosquito Aedes Aegypti, causador da dengue, da zika e da chikungunya. Para evitar aumento no número de casos, as prefeituras da região adotaram desde dezembro medidas preventivas, como fiscalização por meio das equipes de zoonoses e eliminação de criadouros em praças e parques públicos. Na quinta-feira, em iniciativa ambiciosa, a Câmara de Santo André aprovou em segunda votação projeto de lei da vereadora Ana Veterinária (DEM) sobre a utilização de drones para aumentar a fiscalização – o texto segue para sanção do prefeito Paulo Serra (PSDB).

Em Santo André, entre 1º de janeiro e 16 de fevereiro de 2021 foram confirmados seis casos de dengue. No mesmo período deste ano, foram 15 notificações, sendo que 13 foram descartadas e duas seguem em análise. Diadema reportou oito casos em 2021 e 15 em 2022, alta de 87,5%. Ribeirão Pires registrou quatro casos no início do ano passado e cinco neste ano, alta de 25%. Em São Caetano, foram identificados três casos em 2021 e ourtos três em 2022. A única cidade da região que acusou retração foi São Bernardo, com nove casos em 2021 e nenhum neste ano. Mauá não respondeu.

A ideia de fiscalizar possíveis criadouros do mosquito com o uso de drone em Santo André tem o objetivo de aumentar a área de cobertura, de acordo com a idealizadora do projeto. “Sabemos que a Prefeitura tem mapeadas as regiões mais críticas e realiza ações periódicas de combate e conscientização, mas os números mostram que é preciso mais. A tecnologia é parceira nessa hora e tenho certeza que a utilização de drones como ferramenta aliada dos agentes irá trazer enormes benefícios à população”, disse Ana Veterinária.

Drones podem captar imagens aéreas de imóveis e terrenos cuja inspeção torna-se inviável devido às propriedades estarem fechadas, desocupadas ou mesmo abandonadas. A utilização dos veículos aéreos não tripulados ajuda também na verificação de caixas d’água, se estão tampadas, bem como em prédios cujas coberturas possuem piscinas e podem estar desocupados.

Ex-diretora do departamento de vigilância à saúde de Santo André, a vereadora defende, inclusive, a pulverização como arma no combate ao mosquito. “Obedecendo às leis sanitárias vigentes, locais com alto potencial para criadouros do mosquito transmissor da dengue, zika, chikungunya e da febre amarela urbana, como, por exemplo, cemitérios, pátios de veículos e ferro-velho. São pontos a serem pulverizados”, explica Ana Veterinária.

De acordo com a vereadora, o drone pode espalhar o inseticida em áreas de difícil acesso. Para tanto, a dosagem, vazão e quantidade do princípio ativo por hectare sobrevoado deve ser limitado. Da mesma forma acontece com o inseto-alvo e o inseticida a ser usado, líquido ou granulado, que define o tipo de bico lançador no equipamento. Até mesmo a altitude de onde o inseticida será lançado é previamente calculada. Após a aplicação, poderá ser feito, inclusive, estudo sobre a aplicação e os resultados obtidos. De acordo com a Prefeitura de Santo André, os bairros mais críticos são Vila Palmares, Bairro Jardim, Vila Floresta, Utinga, Jardim das Maravilhas, Parque Capuava, Jardim Santo André, Vila Lucinda e Vila Sacadura Cabral.

Os principais sintomas de dengue, zika e chikungunya são: febre alta; dores musculares intensas; dor ao movimentar os olhos; mal-estar; falta de apetite; dor de cabeça; e manchas vermelhas no corpo. 




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