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O mesmo sorriso. Dona Marli vem com seu Fusquinha. E faz história na Redação.

Relato de vida contado em cinco capítulos aqui em Memória, Dona Marly Aparecida Gazzi Setti marcou um encontro com quem tornou possível a narrativa: o primo e o artista gráfico

Por Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
14/02/2022 | 05:40
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O Fusquinha que trouxe Dona Marly da Zona Leste paulistana está um brinco, joia familiar que leva a proprietária a todos os lugares e que desperta paixões.

- A senhora quer vender? – é uma pergunta corriqueira a ela dirigida.

Ela não vende e o automóvel já tem um destino, Rodrigo Figueiredo, o primeiro neto, que veio dirigindo desde a Vila Carrão.

REENCONTRO

Dona Marly quis conhecer o Diário. Quem a recebeu foi o diagramador e artista gráfico Paulo Cesar Teixeira Nunes, que fez a ponte com a Memória numa tabelinha com Vicente Marchi, o primo-irmão de Dona Marly.

Avó, primo, neto e Paulinho foram fotografados no saguão de entrada do jornal, na Rua Catequese, diante da linotipo que faz recordar a primeira oficina própria do Diário, ainda dos tempos do semanário News Seller.

Dona Marly pôde rever e ter de volta o álbum que organizou ainda jovem, e que foi guardado pelo primo por pelo menos 40 anos. Paulinho a presenteou com a impressão especial das matérias publicadas por “Memória”, e pela edição artística do mesmo álbum, com todos os conceitos que preparavam as jovens senhoras e senhoritas dos “revividos anos 50”.

OBRAS RARAS
Visivelmente emocionada, Dona Marly retribuiu a recepção oferecendo a esta página Memória três preciosidades, herança familiar.

1 – Uma encadernação de 1867 da revista “Cabrião”, que entre tantos assuntos cobrava a instalação da Estrada de Ferro São Paulo Railway e depois narrava os seus primeiros momentos.

2 – Exemplar do número 23 da revista “Leitura para Todos” (ano III; janeiro de 1908), editada no Rio de Janeiro.

3 – Exemplar do número 6, ano 18, da revista “Eu Sei Tudo”, de novembro de 1934, também editada na então capital federal.

- Guardei essas revistas todos esses anos e sei que agora ficarão em boas mãos – contou Dona Marly.

CABRIÃO

Trata-se de um periódico satírico publicado em São Paulo entre 1866 e 1867, justamente quando era finalizada e inauguração da primeira estrada de ferro do Estado, interligando Santos a Jundiaí, cortando o Grande ABC.

Guilherme Rabelo Fernandes, graduado em Letras pela Universidade de São Paulo, conta em artigo que “Cabrião” tinha os desenhos do italiano Angelo Agostini, que satirizavam a monarquia e a ordem religiosa e social do Império, assim como um dos grandes eventos históricos da época: a Guerra do Paraguai.

A revista perdurou até setembro de 1867, e o compêndio que Dona Marly repassou à Memória focaliza todos os números daquele ano. Um raro presente.
Se Dona Marly traçou um perfil da década de 1950 sob o ponto de vista da formação feminina, “Cabrião” retrata um biênio de raros acontecimentos do período imperial brasileiro a partir de São Paulo. Humor cáustico de uma época.

TIME COMPLETO. Marly Gazzi Setti (no destaque) e ao lado de Paulinho (do Diário, o primeiro à esquerda), do primo Vicente Marchi e do neto Rodrigo Figueiredo: na página escolhida do álbum, um tricô para bebês feito em 1958, sob orientação do Sesi paulistano

Crédito das fotos 1 e 2 – Claudinei Plaza

DIÁRIO HÁ MEIO SÉCULO
Domingo, 13 de fevereiro de 1972 – Ano 14, edição 1766

IMPRENSA – Chiquinho Palmério, que já estava na casa desde 1971, era apresentado como o novo colunista social do Diário. Faria história na região.
Francisco Renato Palmério é filho do jornalista e escritor Eduardo Palmério e sobrinho do também escritor Mario Palmério, da Academia Brasileira de Letras.

Chiquinho criava a coluna “Gente & Notícia”. Santo André o conquistou e ele reside na cidade até hoje.

O Diário também apresentava outros três valores da Redação: Jayme Gonçalves, novo editor de Política; Aleksandar Jovanovic assumia a coluna “Acontecendo”; e Wilma Ary a página de Turismo.

EM 14 DE FEVEREIRO DE...

1902 – Paris, 14 – Durante as experiências que hoje fazia em Mônaco, o balão de Santos Dumont se rasgou e caiu no mar. Várias embarcações acudiram, conseguindo salvar o brasileiro, mas a aeronave ficou submergida.

Organizava-se em São Paulo a Associação dos Amigos e Encarcerados.

1917 – A Câmara Municipal de São Bernardo estudava a execução de uma lei que tornasse obrigatório o ensino básico no Município, espaço geográfico hoje abrangido pelo Grande ABC.

1922 – Concluído o projeto para a construção da nova Estação do Norte, ao lado da Estação do Brás, em São Paulo, ponto de passagem diária de passageiros do Grande ABC. A nova estação foi projetada à semelhança das estações americanas. A fachada segue a escola francesa.

1952 – Crise de produtos alimentícios, cada vez mais caros e escassos. Volta a se falar no cinturão verde que em outras eras abasteceu a Capital. Ocorre que a urbanização crescente vai tomando conta de sítios, chácaras e granjas, que forneceriam cereais, frutas, legumes, leite, ovos e aves.
Uma das alternativas estudadas eram os municípios ao redor, entre os quais Santo André e São Bernardo, que ainda possuíam áreas rurais.

1957 – Governo do Estado criava o curso de Geologia na Universidade de São Paulo.

1967 - Com o símbolo NCr$, entrava em vigor no Brasil o cruzeiro novo.

1972 – Falecia José Brancaglione, o farmacêutico Zezinho, um dos mais queridos de Santo André.

1977 – Professor Vicente Bastos assumia o cargo de diretor do Departamento de Educação e Cultura de São Caetano.

1987 - A União Brasileira de Escritores pedia à Prefeitura de Santo André que fosse dado o nome da tradutora Nair Lacerda à Biblioteca Municipal.

MUNICÍPIOS BRASILEIROS
Hoje é o aniversário de Caeté (Minas Gerais); Delmiro Gouveia (Alagoas); e Itapiranga e Ituporanga (Santa Catarina).


SANTOS DO DIA
Cirilo (monge)
Metódio (bispo)
Valentim de Terni. Viveu no século III.

Falecimentos  

Santo André

Maria Aparecida Bortoleto Marino, 86. Natural de Restinga (São Paulo). Residia no bairro Jardim, em Santo André. Dia 8, em São Bernardo. Cemitério Sagrado Coração de Jesus, Camilópolis.

Firmilinda de Jesus Esteves Moreira, 83. Natural de Portugal. Residia no bairro Jardim, em Santo André. Dia 6. Cemitério Cristo Redentor, Vila Pires.

José Harley Biscaro, 83. Natural de Campinas (São Paulo). Residia na Vila Pires, em Santo André. Dia 6. Cemitério da Saudade, Vila Assunção.

São Bernardo

Helena D’Andrea Habraão, 94. Natural de Iracemápolis (São Paulo). Residia no bairro Indianópolis, em São Paulo, Capital. Dia 29. Cemitério de Vila Euclides.

Mafalda Franza D’Ávila, 92. Natural de São Paulo, Capital. Residia no Guarujá (São Paulo). Dia 3. Cemitério de Vila Euclides.

Honória Quesada Monteiro, 91. Natural de Ribeirão Preto (São Paulo). Residia no Parque Terra Nova, em São Bernardo. Dia 8. Cemitério de Vila Euclides.

São Caetano

Gilberto Manoel de Oliveira, 58. Natural de Santo André. Residia no bairro Oswaldo Cruz, em São Caetano. Dia 2. Cemitério da Saudade, bairro Cerâmica.

Diadema

Joaquim José de Lima, 95. Natural de São José do Egito (Pernambuco). Residia no bairro Conceição, em Diadema. Dia 8. Vale da Paz.

Geraldo Torres, 87. Natural de Bebedouro (São Paulo). Residia no bairro Casa Grande, em Diadema. Dia 6, em São Bernardo. Jardim da Colina.

Severino Arosa Costa, 86. Natural da Espanha. Residia na Vila Marari, em São Paulo, Capital. Dia 2. Cemitério Municipal de Diadema.

Mauá

Francisco Munhoz Bueno Junior, 69. Natural de São Paulo, Capital. Residia na Estância Paulista, em Ribeirão Pires. Dia 5, em Ribeirão Pires. Vale dos Pinheirais.

Jasmira Mendes Pereira, 61. Natural de Salinas (Minas Gerais). Residia no Jardim Ipê, em Mauá. Dia 6. Memorial Jardim Santo André.

Ribeirão Pires

Santinha Miquelina Vieira, 78. Natural de Divino (Minas Gerais). Residia no Centro de Ribeirão Pires. Dia 8. Cemitério São José.

José Felix Ruiz, 77. Natural de Ribeirão Pires. Residia na Vila Albertina, em Ribeirão Pires. Dia 7. Cemitério São José.
 




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