De olho no transito Titulo
Minha cidade, minha casa

A cidade é a casa estendida do homem

Cristina Baddini
16/12/2011 | 00:00
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A cidade é a casa estendida do homem. O modelo de cidade onde nota-se claramente a grande aliança entre a indústria automobilística e a construção civil. A cidade que fez tornar imprescindível a posse de carros provocando assim uma injustiça social nos deslocamentos urbanos. A cidade que oferece a mobilidade da exclusão financeira agredindo o meio ambiente e tratando o transporte público como mercadoria.

Em 2010 vislumbrou-se pequena mudança. Os desafios urbanos na questão da mobilidade são muitos com o evento da Copa 2014 e os investimentos do PAC da Mobilidade que oferecem uma nova perspectiva de melhorias na qualidade de vida das cidades. Além do PAC da Copa com R$11 bilhões alocados e mais R$24 bilhões para cidades com mais de 300 mil habitantes implantarem sistemas estruturais de transportes públicos ( metros, ferrovias urbanas, corredores exclusivos de ônibus (BRTs) e de bondes modernos (VLTs)) com calçadas e ciclovias. 

Um outro sinal positivo é a eminente sanção presidencial do Marco Regulatório da Mobilidade (PL da Mobilidade- Pl166) onde a prioridade de Estado é o transporte público e não motorizado.

QUE CIDADE EU DESEJO PARA 2012

A luta é por uma cidade equânime com maior diversidade de benefícios ao desenvolvimento urbano democraticamente distribuídos de forma a reduzir os ônus de maneira uniforme para toda a população. Uma cidade justa e democrática que priorize o coletivo sobre o individual. Uma cidade saudável, sem poluição sonora e atmosférica e que favoreça a saúde dos cidadãos. Uma cidade acessível às pessoas com deficiência e mobilidade reduzida onde se priorize o transporte público acessível e os modos menos agressivos ao meio ambiente para que o tempo e os deslocamentos sem congestionamentos se ajustem melhor às necessidades da população em relação ao trabalho, estudo, serviços, convivência social, lazer etc. Uma cidade policentrista, onde se garanta o acesso aos serviços necessários à vida cotidiana, aproximando os bairros e reduzindo o número de viagens. Uma cidade onde os lugares públicos de convivência como praças, parques e jardins se regenerem e aumentem em número e dimensão em relação aos espaços destinados ao tráfego de veículos, produzindo mudança na atual cultura de utilização do automóvel e maior respeito às leis de circulação. Cidade ecológica, envolvida e respeitosa com os objetivos globais de redução da emissão de gases nocivos e com a redução do impacto sobre a atmosfera e mudança do clima global. Cidade segura, onde se reduza progressivamente o número de mortes e de feridos no trânsito, protegendo o transporte coletivo e os modos não motorizados. Cidade mais próspera, onde o modelo de transporte facilite circulação econômica eficiente dos habitantes, trabalhadores, estudantes, idosos, consumidores além de valores e mercadorias. Cidade participativa, onde se aplique a cidadania às pessoas, organizações e instituições, para que decidam o modelo ideal de mobilidade e de cidade, definindo e executando ações locais desenvolvendo nova e imprescindível cultura participativa entre os agentes sociais e institucionais. 

Todos devem cuidar da cidade como se cuida das próprias casas pois, entre outras razões, todos vivemos mais na casa maior do que na casa menor. A casa é o abrigo e a morada do indivíduo; a cidade é a casa maior e o habitat do homem social, político, civilizado e culturalmente enriquecido.




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