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Convênio cobra material cirúrgico
Adriana Ferraz
Do Diário do Grande ABC
01/08/2006 | 07:56
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Após ser submetida a uma cirurgia para a retirada de um tumor no pulmão, a dona-de-casa Maria Alice Teixeira Gobbato, 60 anos, de São Bernardo, não imaginava que teria de passar por novo sofrimento. Desta vez, relacionado ao fato de o plano de saúde Marítima não arcar com os gastos extras do procedimento realizado no Hospital São Camilo, em São Paulo. Segundo conta o marido, Alfio Mozoe Gobbato, 59, o convênio se recusou a pagar cerca de R$ 1 mil, referentes à utilização de equipamentos essenciais para o sucesso da operação.

Antes de a cirurgia ser realizada, o convênio médico alertou a família de que valores relacionados a ligações telefônicas, refeições e outros gastos supérfluos deveriam ser pagos à parte. "Acredito que estas são normas justas, mas os funcionários da Marítima não mencionaram, em momento algum, que materiais médicos, como válvulas de ventilação e grampos de sutura, não estariam inclusos", explica o marido da paciente.

Na ocasião do procedimento, o médico responsável pela cirurgia e internação tentou resolver o impasse diretamente com a empresa, mas não obteve sucesso. "Diante do problema, tivemos, então, de pagar a conta e tentar o reembolso posterior, mas até agora, passados quatro meses, nada foi feito", afirma Gobbato.

Segundo a advogada do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Daniela Trettel, o convênio é obrigado a arcar com esse tipo de despesa. "Está claro que os gastos foram necessários. Quando se contrata um serviço de saúde, tudo deve estar envolvido, principalmente equipamentos de urgência", diz. O consumidor deve buscar seus direitos amparado no Código de Defesa do Consumidor e também na Lei de Planos de Saúde. "Como indenização, o cliente pode pedir o dobro do valor", garante a advogada.

A Marítima Seguros afirmou, em nota oficial, que desconhecia a cobrança. A empresa garante, porém, que os materiais usados no tratamento da paciente não fazem parte da lista de produtos médico-hospitalares de uso único, segundo a própria Anvisa. "Desta maneira, entendemos que a Marítima atendeu plenamente com os custos do tratamento da paciente", diz o diretor Murilo do Rego Lins.




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