O PT recebeu com otimismo as declarações do diretor-gerente do FMI, Horst Kohler, que afirmou estar satisfeito com a atual meta de superávit primário, de 3,75% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o economista petista Antônio Prado, Kohler, que se encontra neste sábado com o presidente eleito, está fazendo as projeções certas sobre a situação macroeconômica do país durante o próximo governo. "É um bom sinal o FMI entender que os 3,75% são adequados", disse Prado.

Segundo Prado, a expectativa dentro do partido é que, com o anúncio dos nomes do ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central, haverá uma "sinalização importante para os agentes econômicos" e um conseqüente "efeito positivo" na confiança dos mercados.

Prado sustenta que, após a divulgação dos nomes da equipe econômica, o dólar poderá cair, o que influiria diretamente na relação dívida líquida/PIB, uma das variáveis que ajudam a determinar as metas de superávit primário.

O diretor-gerente do FMI afirmou que o fundo, além de estar disposto a manter os 3,75%, também quer dar mais atenção aos problemas sociais. Kohler chegou a cogitar a possibilidade de alterar o atual acordo com o Brasil para que possam ser liberados mais recursos para a área social. "Essa sinalização é muito importante", disse Prado.

Segundo o economista do PT, já há espaço para, no ano que vem, aumentar os gastos sociais apenas com o uso "mais eficiente" dos recursos existentes. Com a manutenção do superávit primário em 3,75%, Prado acredita que não haverá restrições à adoção dos dois principais projetos que Lula pretende pôr em prática no primeiro ano de governo: Fome Zero e Primeiro Emprego.