Política Titulo Balanço financeiro
Paranapanema sugere que auditoria confirmou fraudes citadas na Zelotes

Dirigentes da empresa foram acusados de burlar conselho para anular multas de quase R$ 700 mi; balanço insinua que irregularidades foram cometidas

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
24/02/2019 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Balanço financeiro divulgado na semana passada pela Paranapanema, que tem filial em Santo André, sugere que auditoria interna instalada após a empresa ser citada na Operação Zelotes apontou para irregularidades cometidas durante análise de recursos de multas aplicadas contra o grupo pelo Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).

Em julho, o MPF (Ministério Público Federal) deflagrou a décima fase da Zelotes e acusou o alto comando da Paranapanema de fraudar sistema do Carf, órgão federal responsável por analisar recursos de multas tributárias, para anular penalidades que chegavam a R$ 650 milhões.

O balanço público relata que o conselho interno da firma determinou a instauração de investigação, com a supervisão direta do comitê de auditoria, e que também contou com apoio de assessores externos especializados. “Esse tema foi considerado um dos principais assuntos de auditoria devido a poucas informações disponíveis, das limitações inerentes aos processos de investigações internas, que são particularmente significativas, bem como das eventuais consequências de identificação de violações de leis e regulamentos por parte de autoridades e que resultariam em multas, sanções, penalidades, litígios e/ou restrições em negócios futuros da companhia dos diversos órgãos jurisdicionais e/ou administrativos”, relatou.

Ainda conforme o texto, após a finalização do trabalho de auditoria, os resultados foram levados à avaliação de advogados e de outros especialistas para que fossem debatidos os pontos citados na denúncia na Zelotes. A Paranapanema reconheceu, no balanço, que há possibilidade de reabertura de processos de recursos de multas apontados na operação do MPF diante dos fatos narrados.

“Com base nas evidências obtidas por meio dos procedimentos acima descritos, concluímos que as divulgações relacionadas são consistentes com as informações por nós obtidas e razoáveis no contexto das demonstrações contábeis referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2018”, informou.

A equipe do Diário pediu à empresa cópia da auditoria realizada e também solicitou que a firma detalhasse quais fraudes foram constatadas nesse pente fino interno. “A Paranapanema não irá se pronunciar além do que já foi declarado na publicação do balanço”, respondeu a companhia.

Quando estourou a operação, a atual direção da Paranapanema argumentou que a ação mirava Luiz Antônio de Souza Queiroz Ferraz Junior, presidente do grupo até o fim de 2012, e Arnaldo Colonna, advogado e diretor jurídico. “Nem a companhia nem seus atuais administradores e gestores foram alvos de busca e apreensão, notificados, tampouco intimados ou informados pelas autoridades competentes sobre os fatos ocorridos.” 




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