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Adoção de animais é maior em Sto.André
Por Vanessa de Oliveira
Diário do Grande ABC
26/02/2018 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Feiras de adoção de animais realizadas pelas prefeituras são apostas para minimizar o cenário de cães e gatos pelas ruas que, abandonados à própria sorte e sem controle populacional, se tornam problema de Saúde pública. Santo André foi a cidade que mais conseguiu promover a política no ano passado, com 389 registros – o que corresponde a 61,36 % das 634 ações observadas em três municípios (São Caetano e Mauá contabilizaram, juntas, 245).

“Em 2017, por meio do projeto Eu Amo, Eu Adoto, a feira de adoção, que já acontecia todo último domingo do mês no Parque Central, recebeu melhorias, como a participação de protetoras e a implantação de visitas pós-adoção”, informa a administração, em nota. Ao todo, 110 animais encontram-se disponíveis para serem adotados atualmente.

Sem informar o número de adoções no último ano, a Prefeitura de São Bernardo afirma que as feiras são definidas de acordo com o calendário estabelecido pela Zoonoses. Os eventos são realizados em parceria com a proteção animal e com a disponibilidade de animais no CCZ (Centro de Controles de Zoonoses). Atualmente, 23 cães e 15 gatos estão aptos para adoção.

Entre 2016 e 2017, feiras promovidas pela Prefeitura de São Caetano resultou na doação de 195 animais, entre cães e gatos. Até o fim do ano, aos sábados, a administração promoverá evento que dará oportunidade aos munícipes de conhecer e adotar um animalzinho. Hoje, dez cães e 30 gatos buscam um lar.

Em Mauá, a realização de apenas uma atividade de adoção, em 2016, resultou em 16 animais doados. No ano passado, com dez feiras promovidas, 95 foram adotados nesses eventos. Outros 101 também acharam um lar por meio de buscas que ocorreram diretamente no CCZ, através de divulgações em vários meios, com fotos nas redes sociais, outdoors e busdoors espalhados pela cidade. Do número de adotados, oito foram devolvidos. Atualmente, 160 estão disponíveis.

Especialistas destacam a importância de que cada vez mais ações sejam feitas para evitar a população de animais de ruas, o que implica em riscos à Saúde. “Eles (cães e gatos) reviram sacos de lixo e suas patas acabam se contaminando. No caso dos gatos, que pulam nas casas, podem trazer essa contaminação para as residências”, aponta o especialista em Saúde pública da Universidade Mackenzie Rogério Aparecido Machado.

Para o professor de Etologia e Bem Estar Animal da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Jaboticabal Mateus Paranhos da Costa, a campanha mais útil é a de posse responsável, além de conscientização. “Investir em educação é o que resolveria todos os problemas.”

Grupos fazem trabalho com cães e gatos que sofrem maus-tratos

Além do resgate de cães e gatos que vivem nas ruas, grupos de proteção animal atuam com a reabilitação daqueles bichos que sofrem maus-tratos e batalham para que os pets encontrem lar onde possam receber carinho e atenção.

Em Santo André, o projeto Amigo Legal Protetoras tem 24 cães disponíveis para adoção. “Os animais ficam em lares temporários com famílias que se oferecem para cuidar, a maioria sendo remuneradas”, fala a idealizadora do projeto, Solange Porto, 55 anos. Ela estima que em 2016 e 2017, 500 animais foram adotados em feiras e por meio de divulgação na internet.

No projeto social Olho da Rua Mauá, 215 animais encontraram dono nos últimos dois anos e 126 aguardam a chance. Todos têm histórias similares à da pitbull Brenda, adotada em janeiro pela promotora de merchandising Priscila Elisa Martins da Silva, 35. “Ela ficou quase 40 dias trancada, sem comer. Uma cachorra de porte de 30 quilos não estava pesando nem dez”, conta Priscila, que tem outros dois cães adotados. “Sinto que eles são muito gratos, mas sou mais, por tê-los em minha vida”, emenda.

Em Ribeirão Pires, a ONG (Organização Não Governamental) Clube dos Vira-Latas abriga 600 animais vítimas de maus-tratos e abandono. Entre 2016 e 2017, 844 adoções foram realizadas.
Também em Ribeirão Pires, a Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Ajudanimal tem 190 cães para adoção.

Em todas as organizações, o adotante passa por rigorosa entrevista, para que a responsabilidade do ato de adotar seja assegurada. “O objetivo não é quantidade de adoções. Prefiro doar pouco, mas saber que o animal estará bem cuidado”, ressalta a diretora geral da Ajudanimal, Maria Cecilia Bentini, 58.

Castrações tentam controlar situação

Com o objetivo de evitar que cada vez mais animais sejam abandonados e se multipliquem pelas ruas, as prefeituras focam em ações de castração gratuita, oferecidas principalmente para famílias de baixa renda.

A administração de Santo André retomou, no fim do ano passado, o procedimento, após paralisação do serviço em 2016, devido a irregularidades apontadas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado). Não foi informado o número de castrações estimadas para este ano.

Em São Bernardo, a Prefeitura declarou que a questão está sendo objeto de novo processo licitatório.
O Executivo de São Caetano empenhará, neste ano, R$ 27 mil para o programa de esterilização de cães e gatos.

Estima-se que cerca de 200 animais sejam castrados. Entre 2016 e 2017, foram feitos 324 procedimentos.

Em Mauá, a administração pretende esterilizar 4.500 animais, por meio da prestação de serviço das clínicas conveniadas e mutirões de castrações. O número é maior do que as intervenções realizadas nos dois últimos anos, quando foram totalizados 4.470 procedimentos. O investimento previsto para o serviço, em 2018, é de R$ 240 mil. As demais cidades não informaram. 




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