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Transporte público irá ‘quebrar’ sem reajuste, segundo especialista

S.Bernardo foi a primeira cidade da região a anunciar aumento da tarifa, de R$ 4,20 para R$ 4,40, a partir do dia 13; demais prefeituras avaliam planilhas

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
10/02/2018 | 07:00
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 Estrangulado com o aumento excessivo de gratuidades concedidas por municípios e com a perda de passageiros nos últimos anos, o sistema de transporte coletivo municipal da região está à beira de colapso. A avaliação é do especialista em segurança no trânsito e engenheiro de tráfego e transportes Horácio Figueira, que vê de forma negativa a decisão do colegiado de prefeitos do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC de discutir individualmente o possível reajuste nos valores da passagem dos coletivos. A decisão foi anunciada na quinta-feira.

“Não existe uma conta mágica, ao contrário do que as pessoas pensam. Com o aumento das gratuidades, quem acaba mantendo esse custo são os próprios usuários. Portanto, se não houver reajuste da tarifa o sistema acaba quebrando”, alerta o especialista.

Na análise de Figueira, assim como tem ocorrido em capitais do País, municípios da região devem reajustar as tarifas como forma de reequilibrar o sistema financeiro de empresas do setor. A medida é necessária para cobrir a alta com gastos operacionais do sistema, como é o caso do óleo diesel, um dos principais insumos que interferem nos valores e que nos últimos meses teve alta de 14,8%.

Concessionárias de transporte público oficializaram pedido para reajuste do valor da passagem no mês passado. O diretor jurídico do SETC/ABC (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do ABC), Francisco Bernardino Ferreira, justificou a medida como alternativa para reverter o desequilíbrio econômico encontrado no sistema de transporte público na região

 

REAJUSTE

Até o momento, somente São Bernardo aprovou o reajuste da tarifa do transporte coletivo. A partir da 0h de terça-feira, a tarifa de ônibus municipal na cidade será reajustada em 4,76%, passando de R$ 4,20 para R$ 4,40 para pagamentos em dinheiro e cartão cidadão. A informação foi publicada, ontem, no Diário Oficial.

Segundo a administração municipal, o aumento obedeceu estudos e levou em consideração o aumento de gastos operacionais do sistema, “tais como elevação no óleo diesel, manutenção, consumo de pneus, aumento salarial e benefícios dos operadores”.

A exemplo do que já é praticado em outros municípios, o valor da tarifa aos usuários beneficiários com o vale-transporte também será reajustada, para R$ 4,75.

As demais prefeituras ainda analisam planilhas de custos encaminhadas por empresas de transporte que operam nas cidades.

 




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