As Câmaras do Grande ABC retomam os trabalhos nesta semana após praticamente dois meses de recesso e em pleno ano eleitoral, sendo que em cada cidade pelo menos um vereador concorrerá a cargo público – a maioria, até mesmo o presidente da Casa.

Em termos de projetos, a maioria dos Legislativos voltará amanhã (ocorrem sessões em Santo André, São Caetano e Mauá) sem projetos relevantes. A exceção fica com o Legislativo andreense, que deverá votar o cancelamento do aumento do IPTU (Imposto Territorial e Predial Urbano). Após pressão popular e dos próprios vereadores da base governista – anunciaram instauração de CPI –, alegando casos de cobranças abusivas, o prefeito Paulo Serra (PSDB) decidiu enviar à Casa a suspensão dos reajustes da PGV (Planta Genérica de Valores), que dá base para o cálculo do imposto.

Além disso, o mandatário da Casa, Almir Cicote (PSB), deverá disputar a eleição de deputado estadual. “As eleições vão gerar debate e, conforme se aproximar a data do pleito, a discussão será mais acalorada e o clima vai esquentar. Mesmo diante desse cenário, acredito que os vereadores vão manter rotina normal de trabalho, inclusive aqueles que serão candidatos.”

Na Câmara de São Bernardo, onde o presidente Pery Cartola (PSDB) também ensaia projeto à Assembleia Legislativa, a tendência é que o principal projeto para os primeiros meses seja a reforma administrativa do governo do prefeito Orlando Morando (PSDB).

Em São Caetano, que tem o governista Marcel Munhoz (PPS) como possível pleiteante ao Parlamento paulista, a expectativa do comandante da Casa, Pio Mielo (MDB), é a de que não haja “pautas polêmicas”. “A ideia é dar sequência ao esforço de modernização da Casa, para impor uma cara de inovação na Câmara de São Caetano. É natural que vereadores e partidos queiram apresentar seu projetos na eleição deste ano, mas vamos tratar tudo isso com serenidade.”

O mesmo acredita Admir Jacomussi (PRP), dirigente do Legislativo de Mauá e que é considerado nome único do governo do filho, Atila Jacomussi (PSB), para a Assembleia. “Acredito que as eleições não vão atrapalhar. Até porque eu tenho o apoio e a compreensão de praticamente todos os demais vereadores, que mostram disponibilidade para me ajudar a tocar os trabalhos.”

Presidente da Câmara de Diadema, Marcos Michels (PSB), também deverá ser candidato à Assembleia, a contragosto do governo do primo, Lauro Michels (PV). É justamente essa divergência interna que pode esquentar a relação do prefeito com a Câmara neste ano.

A Casa de Ribeirão Pires já voltou aos trabalhos na quinta-feira e hoje fará sessão extraordinária. Vereadores de Rio Grande da Serra retornam na quarta-feira.

(Colaborou Raphael Rocha)