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Aliança da Esquerda é inevitável, afirma deputado
Do Diário do Grande ABC
06/05/2000 | 17:13
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O líder do PDT na Câmara, deputado Miro Teixeira (RJ), quer candidaturas próprias da oposiçao no 1º turno e a uniao das forças contra o governo Fernando Henrique no 2º turno da eleiçao presidencial de outubro de 2002. "Cada partido de oposiçao lança sua candidatura própria, fortalece o seu partido, ajuda nas eleiçoes de prefeitos e governadores. Depois, a uniao será inevitável e sem problemas no 2º turno", insiste Miro.

Mas, para o líder do PT na Câmara, deputado Aloizio Mercadante (SP), é cedo para discutir a proposta. "Temos que fechar primeiro um programa alternativo de desenvolvimento econômico, com a mudança do atual modelo", avalia. "Depois, as alianças serao inevitáveis". Ele quer a ampliaçao das alianças para 2002 e admite discutir no PT o apoio às candidaturas de Ciro Gomes, do PPS, e de Itamar Franco, governador de Minas, do PMDB. "Sao candidatos com atitude de oposiçao", disse.

Globalizaçao - Mas, segundo Miro, o PT nao vai aceitar abdicar da candidatura própria. "Essa discussao vai ficar para depois das eleiçoes municipais", disse Mercadante. Para o líder do PT, a insatisfaçao social derrotará o candidato de Fernando Henrique. "Esse modelo neoliberal vai impor uma derrota ao presidente, igual às que estao acontecendo em vários países da América Latina, do Sul e da Europa. Vencerá quem propuser a melhor alternativa para enfrentar o drama da globalizaçao", afirmou Mercadante.

Miro, no entanto, pretende discutir a possibilidade de pacto no 2º turno com o presidente do PDT, Leonel Brizola, e o governador do Rio, Anthony Garotinho. Para ele, a aliança já no 1º turno nao é sinal de vitória. "Em 98, lançamos candidato único e perdemos no 1º turno. Nao existe lógica no processo. Mas, com o fortalecimento dos partidos, teremos mais chances de chegar lá", justificou o deputado.

Na avaliaçao de Miro, as forças governistas terao mais de um candidato. No 2º turno, acha provável uma composiçao da aliança governista com o candidato do PPS, Ciro Gomes, se ele nao se integrar à campanha dos partidos de esquerda. "Acho o Ciro um bom candidato, mas ele pode ser nosso adversário no 2º turno", previu Miro. Para ele, com garantia de apoio no 2º turno, as candidaturas de Lula ou de Brizola poderiam ser lançadas sem problemas por seus respectivos partidos.

Juros - A possibilidade de reediçao da Aliança Democrática entre os partidos governistas "será inviável", para o líder do PDT. "O que fez Fernando Henrique vencer em 94 e em 98 nao foi a aliança com os partidos à direita, mas o programa econômico. Mas, para 2002, o fracasso do mesmo programa derrotará o governo nas urnas", avaliou Miro. "Fernando Henrique só tem chance de eleger o sucessor se conseguir reduzir as taxas de juros a um só dígito", afirmou o deputado.

Para Miro, Fernando Henrique só tem um candidato, que é o ministro da Fazenda, Pedro Malan. "Ele será o candidato do programa econômico e nao da Aliança Democrática", destacou Miro. "Os partidos governistas podem tirar o cavalo da chuva, que dificilmente seus candidatos serao apoiados pelo presidente".




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