Com exclusividade, o Diário acompanhou durante um mês a curiosa gestação de três filhotes de gambá no Zoo de São Bernardo, no Parque Estoril. O resultado é um vídeo inédito com flagrantes do desenvolvimento dos embriões, que pode ser conferido no site www.dgabc.com.br. Em pouco mais de três minutos, é possível observar a transformação pela qual passam e as reações da gambá Krika em sua primeira cria.

O animal é classificado como marsupial, assim como canguru e coala. Após a fecundação, os embriões ficam 12 dias no útero materno e migram para uma bolsa chamada marsúpio. Nessa fase, têm pouco mais de 1 cm e ainda não estão formados. Permanecem agarrados a uma teta, por dois meses, mamando até completar o desenvolvimento.

Os poucos estudos disponíveis indicam que a fêmea tem 13 tetas, mas dificilmente pode abrigar o mesmo número de filhotes. No caso da Krika, depois de poucas semanas, os três parecem disputar o apertado espaço no marsúpio. No início é possível visualizar apenas as patas saindo da bolsa. Pouco tempo depois, colocam o corpo para fora, embora permaneçam colocados à mama.

Quando estão completamente formados, abrem os olhos, saem do marsúpio e sobem nas costas da mãe, onde ficam por mais alguns dias e só descem para mamar e explorar o ninho.

AMEAÇA É O HOMEM
Krika e sua ninhada pertencem à espécie Didelphis aurita, comum no trecho de Mata Atlântica que ainda resta no Grande ABC. O corpo é coberto por pelo negro ou grisalho, e na face amarelada há uma listra escura na testa e outra sobre cada olho. As orelhas são grandes e despeladas. O adulto mede cerca de 40 cm e pesa até 1,9 kg. Tem cauda preênsil, com a qual escala galhos de árvores. Não está ameaçado de extinção.

Embora seja silvestre, também é encontrado na cidade, onde faz ninho em qualquer espaço pouco usado, aquecido e abrigado. Muitos são atacados por cães, atropelados e mortos por quem os confunde com um rato.