Política Titulo São Bernardo
Finalmente, Legislativo debate veto de Marinho

Decisão do prefeito de barrar emenda contra ideologia de gênero travou a Câmara

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
29/02/2016 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Polêmica que se arrasta desde dezembro e que travou os trabalhos na Câmara de São Bernardo será debatida na quarta-feira. Entrará na pauta o veto do prefeito Luiz Marinho (PT) à emenda de vereadores com restrições à ideologia de gênero dentro do PME (Plano Municipal de Educação).

Desde que Marinho anunciou que iria barrar a alteração proposta pela oposição e por boa parte do G-9 (grupo de vereadores autointitulados independentes), há clima de guerra fria entre o Legislativo e o Executivo. O prefeito busca condições políticas para manter seu veto com a promessa de enviar, posteriormente, projeto de lei de sua autoria com impedimento à ideologia de gênero nas escolas municipais, estaduais e privadas.

Por enquanto há divisão na Câmara, até porque Marinho pressiona duramente os vereadores pela manutenção do veto. Neste mês, ele organizou reuniões individuais com os parlamentares para pedir apoio à sua decisão.

Porém, há vereadores que apostam que o veto será derrubado pela Casa, porque o G-9 fechou discussão com a oposição pela continuidade da emenda que proíbe o ensino de diversidade sexual nas escolas.

“Para mim, o veto do prefeito não será acatado. É uma discussão vencida, em que muitos rumos e versões foram adicionadas. Cabe a mim conduzir da melhor maneira, mas acho que tudo será tenso”, estimou o presidente da Câmara, José Luiz Ferrarezi (PT).

Nas contas da gestão petista, apenas dois votos são garantidos ao veto de Marinho: o líder de governo, José Ferreira, e José Cloves, ambos do PT.

Antes da discussão sobre o veto de Marinho à emenda da oposição e do G-9 contra a ideologia de gênero, Ferrarezi convocou para hoje, às 15h, sessão extraordinária com objetivo de limpar a pauta. Devem ser votados projetos que há algumas sessões não são debatidos oficialmente por manobra no Legislativo. Um dos textos que entrarão na pauta é o pedido de autorização legislativa de Marinho para contrair empréstimo internacional de US$ 125 milhões para obras no Corredor Leste-Oeste.

Para a sessão de quarta-feira, Ferrarezi já avisou que terá segurança reforçada. “O veto do prefeito se torna matéria obrigatória na sessão de quarta-feira. E, pelo andar da carruagem, não tenho como não tomar medidas de precaução a segurança. Muitos estão repercutindo e discutindo pelas redes sociais. Primeiramente porque o auditório tem capacidade limitada de 300 pessoas. Em segundo lugar, existem pessoas mal intencionadas em atos como este”, avaliou.

Pelas redes sociais, movimentos de esquerda avisaram que vão comparecer à sessão para pressionar os vereadores para acolher o veto de Marinho para derrubar restrições ao ensino de diversidade sexual nos colégios em São Bernardo.

Marcelo Lima anuncia que sairá do PPS e mira o Paço

Vereador de oposição em São Bernardo, exercendo segundo mandato, Marcelo Lima confirma que vai deixar o PPS no mês que vem, durante janela de troca partidária, para liderar projeto que pode levá-lo à corrida pelo Paço.

Com adesões apalavradas do Solidariedade e do PEN, o parlamentar descarta novo embate por cadeira na Câmara, detalhando que seu futuro na política passará pelo crivo da militância de seu arco de aliados.

“A saída do PPS é certa. Assim como a união com o SD e o PEN. Um grupo está se formando e a maioria vai decidir qual será a missão a ser encarada. O debate será realizado intensamente para determinar diretrizes”, disse Marcelo.

Na eleição de 2012, o parlamentar ganhou destaque ao registrar segunda maior votação entre os vereadores, conquistando 6.445 votos. O líder foi Tião Mateus (PT), com 6.844 adesões. Em 2014, concorreu a cadeira na Assembleia Legislativa tentando herdar espólio eleitoral de Alex Manente (PPS), que pleiteava vaga na Câmara Federal. Alex foi eleito, mas Marcelo fracassou.

Em São Bernardo, ele integra bancada de oposição ao governo do prefeito Luiz Marinho (PT). “Não tenho compromisso com nenhum projeto que está se apresentando na cidade. Por isso, estou tranquilo quanto à definição do futuro, em relação ao processo eleitoral. Sei que como oposicionista dei minha contribuição”, afirmou o parlamentar.

No ano passado, o presidente estadual do Solidariedade, Davi Martins, confirmou intenção de concorrer ao Paço de São Bernardo, em empreitada a ser liderada por Marcelo.

A legenda é representada atualmente por um único vereador, Pery Cartola, que assina sua desfiliação no mês que vem para integrar arco de aliados que apoiará pré-candidatura do deputado estadual Orlando Morando (PSDB). 




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