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Critério para liberação de estádios no Paulista apresenta incoerências

Brunão sofre com rigor de responsáveis, enquanto
Décio Vitta recebe jogos mesmo com problemas

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
02/02/2016 | 07:00
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Ari Paleta/DGABC


O Estado de São Paulo tem, segundo a Federação Paulista de Futebol, 130 estádios ou locais que recebem partidas nos mais variados campeonatos organizados pela entidade. Clubes e prefeituras devem seguir rigoroso protocolo para colocar as praças esportivas em condições para, posteriormente, serem laudados e aprovados por Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e engenheiro responsável. Entretanto, por aquilo que a reportagem do Diário observou, há diferença de critério na liberação.

O Décio Vitta, em Americana, recebeu domingo o duelo entre Rio Branco e Santo André pela Série A-2 estadual. O estádio foi liberado dois dias antes, com restrições. Segundo o engenheiro Ansel Lancman atestou no laudo enviado à FPF, a praça oferecia algumas “falhas e anomalias” nas estruturas ou locais, oferecendo “risco mínimo”, que preveem intervenções a médio prazo. Mas por aquilo que foi visto, alguns padrões exigidos, por exemplo, nas obras de reforma e modernização do Bruno Daniel, foram deixados de lado.

O banco de reservas, segundo o Manual de Infraestrutura da FPF, deve ter no mínimo 12 lugares, com 50 centímetros cada, diferentemente do que foi visto em Americana. O acesso da arquibancada ao campo, que é previsto como plano de evacuação, não existe. Já a estrutura para a torcida visitante, segundo relato do repórter do Diário Anderson Fattori, não era sequer mínima: não havia água nos sanitários. Entre outros problemas.

Ao menos na teoria, todos os critérios deveriam ser avaliados da mesma forma, seja por Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e engenheiro responsável. “Os laudos são baseados em perguntas objetivas que devem ser respondidas dentro de critérios técnicos e anexadas fotos demonstrando se existe ou não aparato dos quesitos”, explicou o capitão da Força Tática da PM (Polícia Militar) de Santo André, Luiz Roberto Moraes.

Ontem, a PM realizou outra vistoria no Bruno Daniel, que será liberado até amanhã – com restrições – e, assim, o Santo André poderá realizar o jogo de sábado, contra o Monte Azul, em sua casa – a partida com o Votuporanguense, amanhã, está mantida para o 1º de Maio, em São Bernardo. “Só falta a formalização para sacramentar a liberação do estádio. E será em tempo hábil”, explicou o capitão. O Ramalhão tem até amanhã para ter este aval, sob risco de perder por WO em caso contrário.

Os problemas que impedem a liberação da praça andreense – entulho, acessos e grades – foram sanados. As restrições observadas referem-se à necessidade de instalação de barreiras físicas removíveis e à utilização de segurança reforçada em parte do estádio que está em reforma.

Questionada sobre a diferenciação nos critérios para liberação, a FPF não respondeu. Fonte que trabalha na entidade disse, porém, que “a Federação se baseia nos laudos” para interditar ou avalizar um estádio, ou seja, a responsabilidade principal é dos órgãos e profissionais que realizam as vistorias e inspeções nas praças esportivas.




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