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Cemitério tem túmulos furtados

Necrópole da Vila Euclides volta a registrar
problemas mesmo com câmeras de segurança

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
12/09/2015 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


O Cemitério da Vila Euclides, em São Bernardo, voltou a apresentar problemas de túmulos furtados mesmo após a instalação de três câmeras de videomonitoramento no espaço. Em 2013, o Diário denunciou que a necrópole teve 476 túmulos violados. À época, a Prefeitura instalou os equipamentos, porém, eles não coibiram novos crimes.

O cemitério é um dos mais tradicionais da cidade, com 5.000 túmulos, entre eles o de personalidades importantes das famílias Sabatini, Pinotti e Demarchi, responsáveis pela fundação do município. O Diário visitou o local ontem e, em rápida inspeção, constatou que pelo menos dez sepulturas estavam sem vasos e 20 sem as grades de proteção. Mesmo com bases fixas, algumas famílias prendem os vasos com cadeados para prevenir o crime.

Mesmo assim o 1º DP (Centro), responsável pela área, só contabiliza uma ocorrência no cemitério neste ano. O caso aconteceu no dia 20 de maio e foi registrado como dano qualificado, ou seja, vandalismo. Na data, funcionários do IML (Instituto Médico-Legal), que também funciona na necrópole, ligaram para a polícia para avisar sobre uma invasão.Um adolescente de 13 anos e duas crianças de 11 entraram no local e quebraram 11 cruzes. O valor do dano chegou a R$ 3.000.

O motivo alegado pelos jovens foi um desafio na escola, onde eles receberiam dinheiro de outros alunos. Como fizeram a aposta, ficaram com medo de serem ridicularizados. Os menores foram entregues aos pais e o caso, encaminhado para a Vara da Infância e Juventude.

Conforme o delegado titular do DP, Aloízio Pires de Araújo, é essencial que as famílias façam o boletim de ocorrência. Ele disse que, infelizmente, mesmo com um número grande de violações, é difícil que o registro seja feito pelos familiares.

“Não adianta só comunicar a administração do cemitério e achar que tudo está resolvido. É necessário que as famílias acionem a polícia para que a investigação seja feita e os responsáveis, pegos. Isso evita que outras pessoas passem pelo mesmo problema”, afirmou.

O Diário questionou a Prefeitura de São Bernardo sobre o esquema de segurança do cemitério e as providências que a administração tomaria em relação ao assunto. Porém, até o fechamento desta edição não houve nenhum retorno.

Problema foi registrado em 2013 no local

Em dezembro de 2013, o Diário publicou reportagem que alertava para o problema de furtos no Cemitério da Vila Euclides. Na época, 476 túmulos haviam sido violados por interessados em revender os metais. Portas e placas de identificação das sepulturas tinham desaparecido.

Na época, a administração garantiu que o cemitério contava com vigias que faziam a ronda no local dia e noite. Após as ocorrências, a Secretaria de Segurança Urbana da cidade reforçou a vigilância durante a noite, com rondas da GCM (Guarda Civil Municipal).

No ano seguinte, a Prefeitura instalou três câmeras de segurança no espaço. Os equipamentos fazem parte de projeto do Centro Integrado de Monitoramento, que integra 400 itens em pontos estratégicos da cidade, como avenidas, escolas municipais e divisas com outros municípios. O contrato para implantação teve custo de cerca de R$ 20 milhões.

O Diário pediu informações à Prefeitura a respeito de instalação de mais equipamentos de segurança e o estado dos atuais, mas também não obteve nenhuma resposta.  




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