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Luizinho deve ser punido, diz Rubinelli, suplente de deputado
Fabrício Calado Moreira
Do Diário do Grande ABC
18/02/2006 | 09:12
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Por mais que o deputado federal Luiz Carlos da Silva, o Professor Luizinho (PT), esteja convicto de que não terá o mandato cassado pela Câmara, no que depender da torcida do suplente de deputado federal Wagner Rubinelli (PPS), de Mauá, o petista deve perder os direitos políticos. “Ninguém é envolvido nas denúncias por acaso. Ele, como todos os outros, deve ser punido”, afirma, sobre o ex-líder de governo na Câmara.

Rubinelli é diretamente beneficiado por uma eventual cassação de Luizinho – segundo suplente da coligação que venceu as eleições de 2002, ele assume o mandato, caso o parlamentar andreense ou outro deputado federal petista perca os direitos políticos. Rubinelli garante que não se trata disso.

“A punição é o desejo da grande maioria da população. Não é só o suplente de deputado que assumiria que quer isso. Falo como cidadão”. Ele afirma ainda que Luizinho tinha estreita ligação com o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, acusado pelo deputado federal Roberto Jefferson (PTB) de ser um dos mentores do chamado mensalão. “A ligação do Zé Dirceu com os deputados era feita através de duas pessoas: o Paulo Rocha, que renunciou ao mandato, e o Luizinho. É bom que se lembre que na Câmara, o Luizinho sempre foi o braço direito do Zé Dirceu”.

A defesa de Luizinho também é contestada pelo suplente de Mauá. Acusado de se beneficiar do suposto esquema de propina do publicitário mineiro Marcos Valério, o deputado federal de Santo André alega que foi seu assessor quem sacou R$ 20 mil da conta do empresário, e que ele não tinha conhecimento da operação. Para Rubinelli, caso a tese de Luizinho seja aceita, será aberto um precedente perigoso, que ele define como “jurisprudência da impunidade”.

“Se um deputado tem assessor que fez os saques e joga a culpa para ele, amanhã qualquer deputado ou vereador pode mandar o assessor fazer algo errado e depois dizer que não sabia”, interpreta Rubinelli, que é advogado. Apesar de torcer pela cassação, o suplente de deputado federal admite não contar muito com ela. “Temo que possa haver acordos”, afirma.

Planejamento – Perguntado sobre onde espera estar em 2008, Rubinelli desconversa sobre o desejo de disputar a Prefeitura de Mauá. “A gente tem que analisar cada ocasião. Não é impossível que eu esteja eleito deputado e prestes a disputar um cargo importante na Mesa Diretora”, conjectura. Em seguida, confirma o interesse: “Se você perguntar se eu quero ser prefeito, eu quero. Se vai ser daqui a dois anos eu não sei.”

Na atual legislatura, Rubinelli ocupou o mandato de deputado federal no lugar de Ricardo Berzoini quando este foi ministro do Trabalho, e deixou a vaga quando o petista reassumiu a cadeira na Câmara. Caso volte para Brasília, terá dez meses de mandato pela frente. “Para mim, está ótimo”, avalia. Enquanto a decisão é adiada, Rubinelli advoga e dá aulas de Direito, além de apresentar seu programa de TV.




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