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Carnaval não anima comércio na região

Lojistas preveem alta menor em relação a 2014,
por conta do feriado cair em meados de fevereiro

Por Marina Teodoro
Especial para o Diário
10/02/2015 | 07:10
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Ari Paleta/DGABC


Faltando menos de uma semana para o início das comemorações de Carnaval, os preparativos para a Folia começaram com menos força neste ano. Lojistas estão com previsões mais pessimistas em relação às vendas quando comparadas à data no ano passado.

O gerente da loja Queensland Hair, em Santo André, Rafael Tezin, afirma que nesta semana as vendas ainda podem crescer 15% em relação aos dias normais, mas este não é um bom número, avalia. “No ano passado, esse percentual era de 60%. Mas isso se deve à data em que o feriado caiu (meados de fevereiro). Em março, as pessoas estavam menos endividadas e tiveram mais fôlego na hora de fazer as compras de Carnaval.”

A má fase do comércio em geral também influenciou o setor. “Este ano está devagar. E não só para vendas de fantasia. O brasileiro parece estar sem dinheiro para tudo”, comenta Deulisse Fortes Mori, proprietária da Rainha da Pelúcia (loja que vende itens carnavalescos) e sócia da Rainha da Fantasia (que aluga), ambas em Santo André.

A estimativa, segundo Deulisse, é que a demanda cresça 10% em relação aos Carnavais anteriores. Isso significa metade do resultado de 2014, quando chegou a ter alta de 20% nas vendas em comparação com 2013.

A loja de fantasias Micoloko, em São Caetano, não prevê alta no comércio deste ano, em relação ao ano passado. A gerente Joice de Campos atribui o cenário ao fato de as pessoas preferirem viajar em vez de apostar na vestimenta. “Muita gente optou apenas por acessórios em vez de uma fantasia completa”.

Mesmo faltando poucos dias até o início das comemorações da festa de Momo, os lojistas acreditam que a procura pode aumentar nesta semana. “As pessoas costumam deixar tudo para a última hora. As lojas estão começando a registrar movimento maior hoje (ontem) e, provavelmente, continuarão assim até sábado”, comenta Tezin.

A alternativa para quem não quer gastar muito com fantasia é a variedade de acessórios carnavalescos que as lojas oferecem. Adereços havaianos, como tiaras e colares podem ser encontrados por R$ 3, capas coloridas custam cerca de R$ 7,90 e, máscaras, a partir de R$ 2.

A atriz Marília Alexandre da Costa, 25 anos, de São Bernardo, preferiu apostar em itens acessíveis e com criatividade para ‘pular’ o Carnaval sem gastar muito. “Eu e minhas amigas investimos em máscaras, flores e brilhos para passar no rosto. Cada uma gastou menos de R$ 10.”

OTIMISMO - Ao contrário da maioria, Fernanda Sales Colombo, gerente da Max Festas, em São Bernardo, está bastante confiante em relação às vendas deste ano. “Acredito que eleve de 15% a 20% comparado a 2014.” De acordo com a gerente, a data é a principal para o comércio, quando “as vendas chegam a ficar 50% maiores do que nos outros dias do ano”.

Segundo os lojistas, os pais não deixam de comprar fantasias para os filhos, e as de heróis e princesas são as que mais têm saída devido às festas escolares, custando a partir de R$ 50. Já as roupas adultas custam, em média, R$ 100.


Até 76,66% no valor dos itens são impostos

Com a carga tributária incidente nos itens típicos de Carnaval, é preciso tomar cuidado para que a Folia não vire lamentação. De acordo com o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação), a maioria dos tributos embutidos nos preços dos principais produtos consumidos na festa de Momo passa de 30%.

De acordo com o economista-chefe da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Marcel Solimeo, os impostos são altos em qualquer época do ano. “Não é surpresa que haja uma tributação tão alta. Hoje, paga-se muito quando acendemos a luz e falamos ao telefone, portanto, não seria diferente na hora de nos divertir.”

As bebidas mais consumidas nesta época do ano são as mais tributadas, como a caipirinha, campeã de impostos, com 76,66% de carga tributária no preço do produto, a cerveja em lata, que poderia sair por menos da metade do preço, não fosse o imposto de 55,60%. Já a água mineral, que custa cerca de R$ 2, e tem R$ 0,75 de seu preço em tributos, poderia sair por R$ 1,25. Para o economista, se até em um item básico como a água há quase 40% de imposto, “não tem muito como fugir dos preços abusivos”.

Produtos carnavalescos, como a fantasia de tecido, que custa em média R$ 100, sairia por R$ 63,49 sem os tributos de 36,41%. Já o colar havaiano, que pode ser encontrado por R$ 2,50, tem carga tributária de 45,96%; sem ela custaria R$ 1,36. A máscara de plástico tem 43,93%, e a de lantejoula, 42,71%.

Para Solimeo, o folião que pretende economizar neste Carnaval deve pesquisar antes de comprar, para não sair ainda mais prejudicado.
 




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