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Nove jornalistas desaparecem nas Filipinas
Do Diário do Grande ABC
13/05/2000 | 13:13
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A polícia deu como desaparecidos, este sábado, nove jornalistas europeus que se dirigiam ao esconderijo do grupo islâmico Abu Sayyaf, na Ilha de Jolo (Sul das Filipinas), enquanto os negociadores voltavam de maos vazias do encontro com os guerrilheiros, sem conseguir a anunciada libertaçao da refém alema, que adoeceu no cativeiro.

Acompanhados por um guia local, os jornalistas estrangeiros, aparentemente todos franceses -entre eles um repórter da Agência France Presse-, tentavam obter mais informaçoes sobre os 21 reféns seqüestrados pelo Abu Sayyaf desde 23 de abril, mas nao voltaram e os carros que os levavam apareceram abandonados numa estrada que leva à regiao onde os guerrilheiros estao escondidos.

"Os consideramos desaparecidos. Iam ao esconderijo, a polícia tentou dissuadi-los, mas eles insistiram", disse o chefe de polícia de Sulu, Candido Casimiro.

Inicialmente Casimiro havia informado sobre o desaparecimento de 11 jornalistas franceses e alemaes, mas dois dos repórteres considerados desaparecidos apareceram pessoalmente e disseram ter desistido de seguir com o grupo.

Uma lista atualizada divulgada pela polícia identificava sete dos repórteres como franceses, incluindo o jornalista da AFP. As nacionalidades dos restantes nao foram divulgadas.

Segundo Casimiro, os jornalistas partiram pela manha com destino à cidade costeira de Patikul, onde se acredita seja o esconderijo dos seqüestradores do Abu Sayyaf.

Segundo os motoristas dos veículos do comboio, ao chegar a Patikul todos foram detidos por homens armados e encapuzados. "Os homens armados ordenaram aos jornalistas que os acompanhassem a Lumbaan, um reduto do grupo Abu Sayyaf", afirmaram, segundo a polícia.

No passado, jornalistas locais que visitaram os esconderijos do grupo islâmico passaram a noite no local, para entrevistar os rebeldes. "Creio que voltarao. Hoje desapareceram, amanha voltam a aparecer", declarou Abdusakur Tan, governador de Sulu. "Estamos familiarizados com o trabalho dos jornalistas", afirmou.

Dezenas de jornalistas e fotógrafos chegaram à Ilha de Jolo para cobrir o caso das 21 pessoas, de sete nacionalidades diferentes, que foram seqüestradas pelo grupo separatista num balneário paradisíaco da Malásia, em 23 de abril, e depois levadas a Jolo em botes.

Por outro lado, os negociadores regressaram com as maos vazias, depois de se encontrar com os seqüestradores do grupo islâmico Abu Sayyaf, que haviam anunciado que entregariam, este sábado, uma alema doente (Renate Wallert, 57 anos, que sofre de hipertensao) que está entre os 20 reféns, no cativeiro desde 23 de abril.

O grupo exigiu a libertaçao dos parentes de seu líder, detidos por patrulhas filipinas, em troca da libertaçao da alema. "Nao vimos os reféns. Estavam muito longe", disse Rajab Azzarouq, ex-embaixador líbio nas Filipinas e um dos principais mediadores na crise dos reféns, ao voltar do encontro.

Os rebeldes se limitaram a apresentar uma série de exigências aos quatro homens que foram vê-los, afirmou o diplomata.




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