Atualmente em período de treinamento em Londrina (Paraná) para a disputa do US Open, nos Estados Unidos, em fevereiro, Diogo Silva e Márcio Wenceslau, destaques da Seleção Brasileira de taekwondo que integravam o corpo de atletas da modalidade em São Caetano se disseram surpresos com o corte de cerca de 700 atletas anunciado nesta semana pela Secretaria de Esportes.

"É muito estranho. Ainda estou totalmente chocado. Tudo estava bem por lá (em São Caetano), recebíamos em dia e tínhamos apoio constante de ótimos profissionais", disse o atleta, campeão pan-americano em 2007 (Rio de Janeiro) que há quatro anos defendia a cidade.

"Provavelmente foi algo interno. Como estamos distantes, soubemos do fato mais por jornais e internet. Não conhecemos detalhes do que levou a isso", emendou.

Para Wenceslau, a demissão teve repercussão mais acentuada. Vice-campeão mundial em 2005 (Madri, Espanha), o atleta de 30 anos foi pai recentemente e agora afirma que pretende repensar aspectos da carreira. "Sou militar, tenho alguns patrocínios e também o bolsa-atleta. Mas sem a verba que vinha de São Caetano vai complicar muita coisa. Quando temos uma filhinha de 3 meses para sustentar, tudo muda de dinâmica. Ainda preciso ver se continuará valer a pena viver do esporte. Infelizmente essa é a realidade", comentou o lutador.

Os dois atletas voltarão para a cidade do Grande ABC no começo da semana, quando serão avisados oficialmente do desligamento. Diogo prefere seguir confiante de que haverá nova negociação e a equipe será reativada. Nome mais conhecido da luta coreana no brasil na categoria masculino, o taekwondista encara a situação como parte corriqueira da vida de atleta.

"Faz parte. Não é porque chegamos a um patamar supostamente mais confortável e criamos certo nome na modalidade que as coisas se estabilizam. É a realidade dos esportes amadores no Brasil. Mas já superamos tanta coisa. Essa será apenas mais uma", vislumbrou.

Wenceslau endossa o companheiro de seleção. "Há alguns anos, tínhamos diversas propostas. E escolhemos São Caetano pela estabilidade e tranquilidade que a cidade poderia proporcionar. Seria muito triste que tudo terminasse dessa forma".