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Rapaz mata amiga com tiro acidental em Mauá
Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
29/12/2005 | 09:16
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Um revólver nas mãos erradas culminou na morte da ajudante Pamela Germano da Costa, 20 anos, na Vila Magini, em Mauá. O autor do disparo acidental foi o desempregado R.S., 23, amigo de infância de Pamela. Desesperado, foi o rapaz quem deu a notícia para a família. A Polícia Civil o encontrou antes de moradores do bairro, furiosos, no seu encalço. R. responderá em liberdade por homicídio culposo.

Antes do crime, os dois almoçaram juntos na casa da moça. Deram risadas, conversaram e foram até a residência da garçonete M.L., 20 anos. Daí para frente as versões das duas únicas testemunhas da morte de Pamela se tornam diferentes.

A versão de R. é que a garçonete teria tirado a arma de uma cômoda e dado na sua mão. “Ela disse para a Pamela, mostrando a arma: ‘Se aquelas meninas vierem, olha aqui’. Depois, pediu para que eu segurasse a arma. Eu peguei e disparou”, conta. O tiro acertou a nuca de Pamela. Ela foi socorrida, mas chegou morta ao hospital. Era a primeira vez que pegava em um revólver na vida, diz o rapaz.

A garçonete M. também nega que seja a dona do revólver calibre 38 cano longo. Ela foi ouvida pela polícia e liberada. A arma que serviu de instrumento para a morte de Pamela sumiu depois do incidente. Após o disparo, muitas pessoas teriam entrado na casa. Nesta hora, o revólver teria desaparecido. “Agora vamos investigar para descobrir de quem era a arma”, afirma o titular do 1º DP de Mauá, José Rosa Incerpi.

O delegado pediu exame residuográfico da mão dos dois amigos da moça morta e o indiciamento do autor do disparo por homicídio culposo (acidental). A pena para o crime varia de um a três anos em regime fechado.

A mãe da garçonete M. afirma que a arma não era da filha. “Estava costurando, ouvi um barulho, pensei que era bombinha. Quando cheguei, encontrei o menino, que disse para mim: ‘Acabei de fazer uma besteira’”, relata a mulher.

Na vizinhança, muita comoção. A mãe da garota estava em estado de choque. Segundo familiares, Pamela trabalhava em uma fábrica, era uma moça extrovertida, cheia de amigos. Suelen, 19, irmã da moça, conta que Pamela acabara de alugar uma casa, para morar sozinha. “Não tenho palavras para descrever minha irmã.”

A grande dúvida entre os que conheciam Pamela é se o crime é ou não acidental. Segundo R., autor do disparo, pessoas com paus e pedras percorriam as ruas a sua procura. Um rapaz foi preso por porte de arma de ilegal, no bairro onde ocorreu o crime. O homem detido disse à polícia que saiu armado porque soube que R. também portava um revólver.

A família aguarda liberação do corpo de Pamela. Ainda não se decidiu onde ocorrerão o velório e o enterro.



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