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Presidente do Peru nega envolvimento em atos de corrupção
Por Da AFP
01/02/2004 | 11:24
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O presidente do Peru, Alejandro Toledo, negou estar envolvido em atos de corrupção e disse que as negociações de um de seus ex-assessores com um integrante da rede de Vladimiro Montesinos constituem um ato isolado que não compromete seu governo.

"Não sou cúmplice da corrupção e já chegou a hora de separar aqueles que estão contra a corrupção dos que a protegem", disse Toledo em uma mensagem de rádio e televisão transmitida ao país por volta de meia-noite local.

Toledo enfatizou que as reuniões de César Almeyda, ex-chefe do Conselho Nacional de Inteligência e até pouco tempo seu amigo pessoal, com o falecido general Oscar Villanueva, considerado o tesoureiro do ex-chefe dos serviços secretos, Montesinos, "constituem um ato isolado que não envolve o governo".

Ao mesmo tempo, Toledo partiu para o ataque. Ele denunciou que a rede de corrupção de Montesinos, antigo braço direito do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), tenta criar um vendaval para desestabilizar seu governo. Por isso, pediu que as forças políticas do país adotem uma posição firme em defesa da democracia.

Na mensagem, transmitida com duas horas de atraso, o Chefe de Estado manifestou sua decepção com o mau uso do poder por parte de Almeyda. "Sinto muito que o doutor Almeyda tenha negociado com a corrupção", disse.

"Sou contra os atos de corrupção, os de ontem e os de hoje", destacou, admitindo que o país ficou estarrecido com a negocição de um funcionário com o general Villanueva. A imprensa divulgou um áudio sobre as negociações secretas de Almeyda com o militar, que cometeu suicídio em condições estranhas em 2002. Na fita, gravada em 2001, Almeyda negocia com o general Villanueva acordos judiciais para beneficiar o militar, oferecendo o suborno de juízes anticorrupção.

O presidente declarou que qualquer funcionário que cometer delitos deve ser tratado sem nenhuma contemplação. "Todo corrupto é meu inimigo e de meu governo", disse.

Toledo afirmou que a rede de corrupção de Montesinos tentou usar este ato para criar uma cortina de fumaça e organizar uma operação criminosa, com o objetivo de desestabilizar seu governo. "Mas nenhum ato isolado impedirá que continuemos a desarmar a rede de corrupção", disse.

Toledo enfrenta a pior crise de seus 30 meses de governo, num momento em que possui um índice de desaprovação de 90%.

O ex-chefe do Conselho Nacional de Inteligência foi detido no sábado e está sob prisão domiciliar.

Almeyda disse que sua conversa com o general teve como objetivo uma melhor orientação do militar em troca de uma colaboração eficaz.

No entanto, existem suspeitas de que Almeyda utilizou as informações obtidas com o general para fins políticos.




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