Vice-prefeito de São Bernardo e então secretário de Serviços Urbanos, Marcelo Lima confirmou ontem sua saída do Solidariedade e filiação no PSD, como antecipado pelo Diário – a tendência é que ele seja candidato a deputado federal. O número dois do Paço alegou que a mudança partidária foi definida pelo fato de a ex-sigla caminhar ao lado do vice-governador Márcio França (PSB) e não na direção de apoio ao projeto do prefeito da Capital, João Doria (PSDB), além de situação semelhante apontar com Geraldo Alckmin (PSDB).

“Não estamos discutindo ainda campanha (eleitoral). Temos um grupo político. O Solidariedade me acolheu, mas não teria como estar junto a um partido que não estivesse aliado ao Doria e ao Alckmin (que vai se desincompatibilizar do cargo amanhã para entrar na disputa ao Planalto). E a única perspectiva de partido grande que estaria com as duas campanhas era o PSD e isso pesou”, frisou.

O pessedista se desincompatibiliza do cargo e assume a presidência local da sigla. Marcelo se esquivou sobre cravar, contudo, se estará nas urnas no pleito de outubro. O político evitou comentar como seria a relação dos dois vereadores do Solidariedade, Ivan Silva e Fran Silva, que fazem parte do seu grupo. O PSD, por sua vez, tem apenas Reginaldo Burguês, que já integra a base de apoio do prefeito Orlando Morando (PSDB).

Para Morando, a mudança se dá apenas por razões eleitorais e afirmou que caso sua candidatura não aconteça, poderá voltar ao governo. “Se ele não for candidato, volta para a secretaria. Quero agradecer pelos 15 meses que fez parte do governo como secretário.” O tucano citou ainda a chance de o secretário de Esportes, Alex Mognon (PSDB), e do presidente da ETC (Empresa de Transporte Coletivo), Ademir Silvestre (PHS), saírem do primeiro escalão para tentar vaga de deputado.

Mognon compareceu ontem na Câmara e admitiu que deixará a Pasta para reassumir o mandato de vereador. A movimentação acontece para que o tucano se enquadre no prazo de desincompatibilização para concorrer na empreitada.

A modificação de legenda de vice para efetuar candidatura a deputado já tinha acontecido, recentemente, em São Bernardo. Em 2013, Frank Aguiar, à época vice de Luiz Marinho (PT), trocou o PTB pelo MDB.Em Santo André, a troca ocorreu em 2014, quando a então vice de Carlos Grana (PT), Oswana Famelli, saiu do PRP para o PMB. Na ocasião, a então sigla da vice também aderiu a projeto diferente daquele defendido pelo chefe do Executivo, o que causou saia justa no Paço. 

Admir Ferro oficializa filiação no PSB

Secretário de Educação e Cultura de São Bernardo entre 1997 e 2008, o ex-vereador Admir Ferro oficializou ontem, em evento realizado na Capital, sua filiação no PSB. A data foi estratégica para contabilizar com a ficha abonada pelo próprio vice-governador de São Paulo, Márcio França, que assume amanhã o Palácio dos Bandeirantes. Ferro estava sem partido desde a saída do PTB, em janeiro. 

“O PSB nos ofereceu estrutura partidária importante para fazermos bonita campanha a deputado estadual na eleição de outubro”, alegou Ferro. O ato ocorreu na transmissão de posse do comando paulista do PSB. França deixou o posto para dar lugar ao prefeito de Campinas, Jonas Donizette. O presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira, marcou presença, bem como o dirigente da executiva municipal, Antonio Cabrera. 

Parlamentar por seis mandatos, foi candidato a vice-prefeito em 2012 e 2016 na chapa do PPS. Neste hiato, ele assumiu vaga de diretor da Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo), departamento vinculado à Secretaria de Estado de Gestão de Pessoas.