Nem parece que o Santos precisa de uma simples vitória diante da Portuguesa, domingo à tarde, na Vila, para faturar o título do Campeonato Paulista. Os desfalques na defesa, de repente, se transformaram em uma dor de cabeça sem tamanho para o time. Também não parece que a Lusa é a Lusa que vem lutando contra o rebaixamento, que não venceu nenhuma partida fora do Canindé e tem o pior ataque do torneio – marcou só 21 gols.

Se Domingos, Luiz Alberto e Manzur estão suspensos, o técnico Vanderlei Luxemburgo, no papel, tem disponível três zagueiros que necessitaria para não mexer no esquema que vem sendo usado a 13 rodadas: Ronaldo Guiaro, Ávalos e Jardel. Então, qual o problema? Simples. Desses três defensores, apenas Ronaldo parece ter a confiança do treinador.

Jardel, de 20 anos, foi contratado junto ao Vitória, no começo do ano, e sequer fez a sua estréia pelo Santos. É considerado de pouca experiência, apesar de ter um título baiano no currículo. E Ávalos só voltou a treinar recentemente depois de sofrer uma cirurgia no ombro direito, que o afastou dos gramados desde janeiro, e ainda corre para recuperar a forma física.

Sem ter de se dedicar a outra competição durante a semana, Luxemburgo nem tem pressa em encontrar uma solução. Não descarta a entrada do garoto Jardel nem a mudança do esquema. “O Jardel é mais um zagueiro que estamos contando, mas que ainda não teve a oportunidade de jogar. Não deixa de ser uma boa alternativa”, desconversa o treinador.

Aos 32 anos, Ronaldo Guiaro deixa a experiência de quem jogou fora do Brasil por nove anos falar mais alto. “Se ele (Jardel) está aqui é porque tem qualidade. Uma hora isso teria de acontecer. Na verdade, ele é um felizardo por ter a oportunidade de entrar em uma decisão. Isso já aconteceu comigo e são em jogos assim que o atleta se transforma.”

No entanto, não será surpresa nenhuma caso o escolhido para fazer a função de terceiro zagueiro seja um volante. E isso, Luxemburgo tem de sobra. Em 2000, Maldonado chegou ao São Paulo como homem de defesa. “Mas fui deslocado para o meio-de-campo e até hoje continuo como volante. Talvez por eu ser pequeno, creio que o correto seria prosseguir na carreira como volante”, explicou. Outro que já jogou como zagueiro é Wendel. Por coincidência, quando Vanderlei Luxemburgo foi o seu treinador no Cruzeiro.