O deputado federal Vanderlei Siraque (PT) acusou a administração Aidan Ravin (PTB), de Santo André, de inoperância em relação à apresentação de projetos em Brasília para angariar recursos do governo Dilma Rousseff (PT). Finalizado o período para inclusão de emendas ao Orçamento de 2012, o petista criticou o que denominou de "problema na cidade". "Não tem projeto."

Siraque afirmou que não vai "ficar dando a mãozinha" para Aidan, uma vez que o prefeito é quem deveria direcionar os trâmites. "Ele tem 500 funcionários em cargos comissionados no Paço, não é possível que não tenha dez para fazer isso (elaboração e inscrição do projeto). Lá (nos gabinetes da Câmara) vive cheio de prefeitos, mas daqui nada." Ele enfatiza que, caso fosse prefeito, criaria subsede do Paço em Brasília. "Faria embaixada para encaminhar demandas."

Para receber verba da União, é necessário que o município elabore proposta e cadastre nos programas do governo federal. Ele afirma, ironicamente, que vai orientar o prefeito a elaborar alguma ideia. "Assim podemos brigar por recursos."

Por conta do imbróglio, Siraque disse que uma liberação de R$ 6 milhões para reforma de 25 unidades de Saúde destinou-se ao município vizinho. "O Ministério da Saúde queria gastar o recurso. Procuramos (projetos) de várias cidades. Vi São Bernardo, não tive dúvida, senão corria o risco, inclusive, de perder."

Aidan garantiu que, em função de Siraque ter ingressado há pouco tempo, o governo estava avançado com outros parlamentares. Segundo o prefeito, se o petista não achou projeto é porque não procurou. "Tem projetos demais lá. Acabamos de mandar um monte na área de Segurança, e quem foi agraciado foi São Bernardo. Posso abrir as secretarias para dar os projetos a ele."

Para o petebista, as declarações fazem parte apenas de jogo político. "Não precisaria disso (embate). Ele é deputado da região, eu prefeito. Não é porque tínhamos disputa em 2008 que não vou conversar com ele. Agora falar que não encontrou é demais." Candidato governista na última eleição municipal, Siraque saiu derrotado para o então vereador Aidan em virada histórica do primeiro para o segundo turno.

Parlamentar defende Sistema Único de Segurança

A poucos dias de completar dois meses à frente de cadeira na Câmara Federal, o deputado Vanderlei Siraque disse que vai nortear o mandato para efetivivar a aplicação de um Sistema Único de Segurança Pública. "Estamos trabalhando por essa situação. Tudo que o governo está fazendo é integrado. Tem de trabalhar junto ao Executivo, não tem jeito."

A proposta seria criar um sistema único semelhante ao que existe nos setores de Saúde e Educação, com verba carimbada para a área de segurança. "A atuação tem de atender os interesses federativos. Passa pelos municípios, Estados e União. Tudo em sintonia." A ideia é conceder responsabilidade a todos os entes da federação.

Especialista em políticas públicas na área de Segurança Pública, o deputado reiterou o compromisso com o setor. "A Segurança Pública, por exemplo, não existe de forma isolada. Ela tem que trabalhar com as questões da transversalidade." Siraque é formado em Direito pela USP e doutorado em Direito à Segurança Públca pela PUC. Segundo o petista, apesar do pouco tempo de Congresso, há harmonia entre o mandato e o primeiro escalão do governo Dilma Rousseff (PT). "Tenho conversado com o (ministro da Justiça) José Eduardo Cardozo para fazer essa aproximação. Todas as coisas passam pelo Ministério da Educação e Casa Civil."

Na comissão de fiscalização e controle da Câmara, Siraque enfatizou que dois outros temas estão sendo estudados para analisar a viabilidade de aplicação. O primeiro do sistema financeiro e o segundo na área petroquímica, química e plástico. "Essas vertentes interessam muito para a região, de desenvolvimento econômico. Por isso estou examinando melhor."