A Elevadores Otis investiu US$ 30 milhões (cerca de R$ 65,4 milhões, pela cotação do dólar de ontem, a R$ 2,18) para transferir sua sede no Brasil, localizada no bairro Cooperativa, em São Bernardo, para outro imóvel no mesmo bairro, em que a empresa teve sua capacidade de produção ampliada em 50%. A mudança, concluída recentemente, teve como objetivo criar condições de a empresa atender melhor o crescimento do mercado nacional da construção civil, que segue em ascensão. Segundo o diretor de operações da fabricante, Júlio Bellinassi, nos últimos cinco anos, esse mercado dobrou de tamanho e deve continuar em alta nos próximos anos, “embora não em ritmo tão grande”.

Colaboram para isso as obras de infraestrutura ligadas, por exemplo, à Copa do Mundo de 2014 e à Olimpíada de 2016. A empresa forneceu escadas rolantes e elevadores para sete dos 12 estádios da Copa, entre os quais o de Itaquera, na Capital, e o Maracanã (no Rio de Janeiro) e também supriu equipamentos para o terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, cita o executivo. Ele diz ainda que há forte potencial de expansão em seu ramo de atuação. Na Europa, há 11 elevadores para cada 1.000 pessoas, e nos Estados Unidos, são três para cada 1.000, no Brasil esse número é de 1,5.

As novas instalações, com mais 20 mil m², foram projetadas e construídas dentro de conceito ‘verde’, ou seja, para minimizar impactos ambientais, e receberam o certificado Leed (sigla em inglês que significa liderança em design em energia e meio ambiente). Isso inclui a adoção de água reutilizada, iluminação natural, uso de coletores solares e outras iniciativas sustentáveis.

O projeto da fábrica foi concebido para reduzir em 18% o consumo de energia elétrica, e para diminuir em 30% os gastos com água, a partir da adoção do sistema de água de reúso. O complexo fabril conta ainda, entre outras inovações, com torre de 47 metros de altura e que é capaz de testar quatro elevadores ao mesmo tempo, e showroom com mais de 400 m² de área que abrigará o museu institucional da Otis.

Também se insere no conceito verde o elevador fabricado pela empresa norte-americana no País: o Gen2, que é feito com componentes que não necessitam de óleos lubrificantes e que reduz em até 75% o consumo de energia em relação aos equipamentos convencionais, garante o diretor.

Na nova sede não houve contratações – o quadro de cerca de 500 funcionários diretos no município foi mantido –, apesar do aumento da capacidade produtiva. Isso por causa da aquisição de tecnologia de ponta, assinala Bellinassi.