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Auricchio pode agrupar 20 partidos para a reeleição
Por Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
06/02/2008 | 07:13
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A política de São Caetano parece estar alheia à tendência nacional de composição partidária. Isso porque, enquanto na maioria das cidades há dificuldades em unir o maior número possível de partidos – fortalecendo o grupo para conquistar a vitória nas eleições – no município do Grande ABC, a história é diferente.

A política de alianças de São Caetano pode permitir que o grupo de partidos políticos apoiadores da reeleição do prefeito José Auricchio Júnior (PTB) seja formado, neste ano, por 20 legendas. O número significa 74% dos 27 partidos existentes no Brasil, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ou seja, se conseguir unir duas dezenas de siglas, o prefeito de São Caetano baterá um recorde na região.

Além disso, o chefe do Executivo sancaetanense terá seis partidos a mais do que na coligação que o levou à conquista do Palácio da Cerâmica, em 2004. Daquele grupo – composto por 14 siglas – saíram apenas o PPS, presidido por Marquinho Tortorello – que está rompido com Auricchio – e o Prona, que se integrou com os quadros do PL para formar o atual governista PR (Partido Republicano).

No entanto, outras sete siglas já estão alinhadas com Auricchio: além do PR, DEM (antigo PFL), PV, PTN, PRB, PRTB e PTdoB. O PSDB, que integrava o bloco em 2004, ainda não confirmou sua pretensão para este ano, mas não fez preparação para encarar uma disputa majoritária e deve entrar no grupo de apoio. O PCdoB também não definiu sua posição.

Assim, restaram como oposicionistas à base de sustentação de Auricchio apenas quatro partidos: PT, PPS, Psol e PCB (que terão chapa majoritária). Além desses, PSTU, PTC e PCB ainda não definiram as alianças para este ano.

Leitura - Na avaliação do prefeito José Auricchio Júnior, o que atraiu ainda mais partidos para o grupo governista foi sua forma de administrar. “Nossa forma de conduzir o município, aliado a uma conjuntura de abertura para debates determinou essa movimentação”, analisa Auricchio, ao afirmar que não teve atuação pessoal na captação de partidos.

Para o chefe do Executivo, o grande número de siglas agregadas não significa uma vitória fácil nas eleições de outubro. “Unir os partidos mostra um poder de força política maior, mas não simplifica o caminho para o triunfo. Eleição é voto a voto”, observa.

Mudança de postura - Os atuais dirigentes dos partidos que desempenharam o papel de adversário no pleito municipal de 2004 – e agora fazem parte do bloco de apoio à reeleição de Auricchio – utilizam o mesmo argumento adotado pelo prefeito: mudaram de lado motivados pelo perfil da atual administração.

De acordo com o presidente do PV de São Caetano, Juan Muñoz – assessor de gabinete do prefeito –, as prerrogativas para a alteração de conduta do partido (que lançou Horácio Pires candidato próprio à Prefeitura em 2004) está no comportamento da atual administração.

“O PV trabalha com dois conceitos: o técnico e o político. Quanto ao primeiro, observamos a realização de projetos efetivos para o meio ambiente da cidade. Já no segundo, notamos um governo ético e que agrega valor”, considera Muñoz, assessor de gabinete da Prefeitura.

A mudança no comando da executiva estadual também influenciou na inclusão do partido na aliança governista.

Segundo o líder do PTN da cidade, Temístocles Henrique Garcia, a legenda modificou seu apoio – em 2004 esteve coligado com o PT e neste ano estará com o PTB – porque os projetos da Prefeitura têm consonância com a ideologia dos trabalhistas. “A administração tem atuado para a melhoria do bem-estar social da população. Concordamos com essa postura.”



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