A Unicard decidiu apostar na população de menor poder aquisitivo para aumentar a sua base de clientes e estimular o uso do cartão de crédito no lugar do dinheiro. Para evitar inadimplência e incluir essas pessoas nos meios de pagamento eletrônicos, desenvolveu um cartão de crédito pré-pago que distribui bônus em um programa de fidelidade e indicação de amigos chamado de MegaBônus.

"Se quisermos dar um passo à frente é preciso entrar nas camadas mais populares", afirmou Carlos Formigari, diretor da instituição.
O produto foi oferecido no ano passado a 30 pessoas, clientes da Unicard que possuíam renda familiar de até R$ 1.780. Esse grupo ganhou o direito de indicar amigos e conhecidos para o programa de relacionamento MegaBônus.

Sobre o gasto próprio e as compras feitas pelos indicados, recebem bônus revertidos em crédito no cartão pré-pago, com a bandeira Mastercard. Essa rede soma mais de 1 milhão de participantes e a projeção da Unicard é chegar a 5 milhões em cinco anos. Apenas os participantes do programa podem fazer indicações.

A idéia surgiu ao constatar que nos últimos dez anos a participação do dinheiro entre os meios de pagamento ficou estável em 60%. Os meios eletrônicos representam 20%, mas têm baixa penetração entre as camadas de menor poder aquisitivo (até R$ 1.780).

Por essa razão, a instituição desenvolveu esse produto voltado às pessoas que não têm como comprovar renda. A carga no cartão de crédito pré-pago pode ser feita em qualquer instituição bancária por meio de boleto de pagamento.

Segundo Formigari, cada pessoa gasta, em média, R$ 130. O valor do bônus, que vem na fatura, varia de acordo com o número de pessoas indicadas e os gastos feitos por elas.

Há o custo mensal de R$ 6, mas o executivo afirma que isso não é uma barreira para a fidelização no programa, que já gerou 40 milhões em bônus, o que é equivalente a R$ 4 milhões em créditos.

O programa de bonificação garante renda comprovada, o que dá direito a limite de crédito no cartão