O faturamento nominal da indústria de máquinas aumentou 27,5% nos primeiros sete meses de 2005 ante o mesmo período do ano passado, segundo informou segunda-feira a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos). Entre janeiro e julho deste ano, o segmento obteve R$ 31,5 bilhões de faturamento. Nos sete meses iniciais de 2004, foram R$ 24,7 bilhões.

Apesar do crescimento, a associação destacou que vem constatando desaceleração desde o início de 2005, pois o faturamento iniciou o ano com alta de 35,81% em janeiro e atingiu crescimento de 43,74% no primeiro bimestre, para depois começar o movimento de menor faturamento, sempre em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Para o presidente da Abimaq, Newton de Mello, a desaceleração é reflexo de alguns fatores conjunturais, como elevadas taxas de juros e, sobretudo, a desvalorização do dólar, que estaria, segundo ele, refreando investimentos produtivos em máquinas.

"No começo deste ano, as variações eram superiores, resultado da inércia característica do setor, que se distingue por pedidos de longo prazo. Máquinas e equipamentos são entregues e faturados meses e até um ano após os pedidos serem fechados", informou. "Com a redução do movimento de negócios neste ano, que é maior em alguns segmentos, os últimos resultados já começam a mostrar que as encomendas não estão sendo renovadas", acrescentou.

O nível de utilização da capacidade instalada do setor atingiu 82,4% nos primeiros sete meses de 2005. O número de empregados da indústria de máquinas e equipamentos era de 213.781 trabalhadores no dia 31 de julho, com ligeiro crescimento de 5,7% sobre julho de 2004.

Desde junho a Abimaq revisou as estimativas de crescimento realizadas no início do ano. Atualmente o segmento trabalha com projeção de crescimento zero. "Começamos 2005 prevendo um crescimento de 15% no faturamento, mas atualmente acreditamos que vamos empatar com o resultado do ano passado, da ordem de R$ 47 bilhões", estimou o presidente da associação.